terça-feira, 17 de agosto de 2010

TPUC 2010 - 4 etapa - Troféu Brasil de Triatlon e Ironman 70.3 Brasil

Olá a todos,

O calendário desse ano que parecia que iria ser super corrido está sendo calmo até agora. Até agora, pois o segundo semestre promete. Teremos esse fim de semana aqui em São Paulo a terceira etapa do Troféu Brasil de Triathlon.

Muitos podem ter esquecido do projeto ou outros nem conhecem. Vou explicar então rapidamente. Em todas as competições que participo, colaboro com uma doação financeira para uma entidade de combate a Leucemia e linfoma chamada Abrale - Associação brasileira de leucemia e linfoma. O valor da doação é correspondente a distância em quilômetros que irei percorrer. Então de acordo com a prova que estou participando o valor é maior ou menor.

Incentivo meus amigos, parceiros de treinos e seguidores do Blog a tentar participar junto comigo nessa jornada. Como? É fácil. É só entrar no site da Abrale e fazer a doação diretamente para eles. Nada passa por minhas mãos e se houver necessidade, fiquem a vontade para entrar em contato direto com a instituição, é um local muito bacana, como tive oportunidade de descrever em um post anterior onde conto o porque deste projeto, é só clicar aqui .

Na próxima semana, dia 28 e agosto irei participar do  Ironman Brasil 70.3 em Penha - SC . Então estou juntando duas etapas em uma só e pedindo a participação especial de todos.

Hoje uma amiga me perguntou se eu acredito em enviar energia para as pessoas. Claro que sim. Que tal esse post sobre a energia que vai e volta? Sugiro enviarmos uma grande vibração para todos que estão sendo afetados por essa doença nesse momento, com nossos pensamentos, esforços e toda a energia que dispomos .

Os valores que irei doar são :
Troféu Brasil - distância Olímpica - 1,5 natação; 40km bike; 10km corrida,  R$ 51,50
Ironman 70.3 - 1,9 natação; 90km bike; 21km corrida, R$ 112,90

Lembro que cada um pode doar o valor que quiser, podendo ser superior ou inferior, fica a critério pessoal. Importante é doar e não esquecer de colocar no CAMPO EMPRESA O TEXTO : TRATHLON POR UMA CAUSA.

Boa semana a todos

Fui... começando a reduzir o ritmo para chegar bem em Penha


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Longo Inverno


Olá, estou de volta. Depois de um longo inverno em Curitiba (4 dias) consegui colocar a casa e treinos em ordem.

Treinar no frio requer alguma disposição e roupas adequadas. Vou usar aqui a frase que todos nós ouvimos sempre nos treinos da madrugada na USP: não existe ciclista com frio, existe ciclista mau vestido. E não estou falando de ciclistas que não seguem a moda, pois todo ciclista faz questão de colocar todas as cores disponíveis do seu guarda roupa ao mesmo tempo. Não sei se isso acontece porque ainda estamos dormindo quando nos vestindo, e o tico e teco ainda não conseguiram pegar no tranco. Ou se não damos bola pra isso mesmo. Como sempre tento facilitar minha vida, reduzo minhas cores para: preto, branco, vermelho e amarelo. Então vou de monocromático a espanhol passando por rubro negro, mas nada mais que isso, é uma solução.

Mas o que quero falar mesmo é sobre como vestir-se pra não passar frio - e calor - no dia frio.

Ciclismo: camadas, não tem solução. Eu gosto de colocar uma camiseta de manga curta e duas camadas de corta vento, um mais grosso e outro mais leve. Se acho que não vai fazer tanto frio assim e talvez esquentar durante o treino, prefiro colocar só um corta vento e manguitos junto com a camiseta. Em qualquer caso uma boa calça é necessária. Prefiro as de corrida, de preferência com compressão. Coloco uma bermuda de ciclismo por baixo para evitar que as costuras machuquem e estou pronto para 100km em qualquer lugar. Uma coisa boa das roupas de ciclismo em camadas é que você pode ir tirando durante o treino e guardar nos bolsos da camada de baixo. Até a calça, já que você está com a bermuda por baixo. Um gorro na cabeça para aqueles que não tem mais cabelos, ou somente uma faixa para os que ainda tem vai muito bem. Proteger as orelhas é básico. Alguns usam lenços. Tudo bem, mas mantenha a regra de poucas cores por favor. Em cima da sapatilha pode ser usado uma bota que protege do frio. É um dos ítens mais úteis e baratos. A diferença de correr depois de pedalar sem usar a proteção da sapatilha é brutal. Você leva alguns km para sentir novamente os dedos se não usar. Mais importante de tudo no ciclismo, toda roupa tem que ser justa. Por favor, não vai pedalar com aquelas jaquetas de passear em shopping center que viram um paraquedas e tem gorrinho, tenha dó.

Corrida: aqui a coisa é mais delicada, mas também mais simples. Ao contrário do ciclismo, na corrida você vai passar calor. Se estiver muito frio (por volta de 6 graus como treinei em Curitiba semana passada) use uma calça, a mesma que usou pra pedalar, afinal ela é feita pra corrida. Em cima uma camiseta de manga longa de corrida e talvez uma jaqueta ou blusa de corrida. Acontece que você vai esquentar e provavelmente vai precisar tirar alguma coisa. Uma opção é fazer o aquecimento (correr uns 15 a 20 min leve) perto do carro e depois sair pra correr. Gorro ou boné (prefiro o boné) e um par de luvas de corrida funcionam muito bem. É incrível, você pode até se sentir meio ridículo, mas para a corrida no frio as luvas são ótimas, assim como algo para cobrir as orelhas.

Em qualquer dos casos você vai sentir um pouco de frio no começo, é normal, assim saberá que não irá passar calor depois.

Bons treinos

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Badwater 2010 - parte 2

Segunda parte do relato da Maria Ritah sobre a Badwater Marathon.

"Em Las Vegas, o calor sufocante começou a me dar medo. Dois dias depois fomos para o deserto local da prova. No caminho comecei a vislumbrar o que poderia ser minha aventura naquele deserto, comecei a me questionar.  – Será que quero mesmo passar por isto? Tanta prova linda, boa e mais barata pra eu fazer.

No dia do Congresso Técnico meu questionamento aumentou.  Observava atentamente os ultramaratonistas como se eu estivesse num experimento científico. Em Funece Crew, o calor aumentava, o vento quente ardia meus olhos garganta e feria meu nariz. Até pra respirar era complicado numa temperatura de 55 graus. Nem a noite aliviava a sensação de falta de ar.

A caminho do local da largada. A paisagem  do lugar era meio sinistra de tão cinza, sem cor, mas nem por isso encantadora. Estávamos abaixo do nível do mar. Ouvi um colega dizer que aquilo tudo era o mar que secou, na área batida e misturada com sal víamos a sequidão do lugar.

Depois de fotos e registros, a emoção da corrida começou. Nos primeiros 30km  o atleta obrigatoriamente deve correr sozinho e sua equipe dar assistência em banho e água, sob pena de punição caso seja pego correndo com o atleta.

Este começo foi um dos momentos mais emocionantes, porque pude assistir de camarote a correria, a paisagem, a corrida sob forte condição climática. Estes quilômetros parecem que não acabam nunca e nesta parte da corrida começo a digerir o que seja Badwater.

Monica corria bem a despeito de ser uma ultramaratonista com histórico de câncer e diabete. Minha preocupação era com sua hidratação e controle da glicemia que estava a cargo de um outro integrante da equipe. A noite, o cansaço e o sono eram uma luta constante. Mesmo eu que era pacer, sempre me beliscava para não apagar enquanto estava na direção do carro. Correr e andar por 55hs seguidas não era tão fácil quanto parecia. Além da dor muscular devido as subidas que não eram íngremes, mas que eram muito longas. 
Por volta do meio dia, sob sol forte, chegamos num lugarejo para abastecer o carro de gelo e água. Qualquer lugar do deserto que tenha um ponto de conveniência é importante. Era necessário abastecer com água e gelo nos poucos  pontos de abastecimento no deserto, por esta razão o carro estava cheio de cooler e alimento.

Na corrida, ora  eu estava a dirigir o carro de apoio, ora estava correndo observando a paisagem que em nada mudava da sua cor cinza, mas quando eu via o rosto dos atletas correndo, a dor e o sufoco para suportar o calor, mais e mais admirava aquela raça de atletas da qual eu queria fazer parte.

Minha experiência na Badwater me diz que devo treinar mais e mais forte. Que devo ter dinheiro suficiente pra fazer esta prova e pra isso terei que trabalhar dobrado, vender tudo que puder de imóveis e fzer uma reserva antecipada,  um plano logístico perfeito para me atrever a fazer Badwater.

A experiência valeu. Ao ver Mônica chegar aos 55hs no MT. Whitney, chorei de alegria. Literalmente saímos do inferno e entramos no paraíso em volta de montanhas cujos picos são brancos como a neve. É um contraste que só podemos dizer que ali um arquiteto muito habilidoso desenhou a estrada do deserto e seu local de chegada que , para quem correu tudo isto, é um verdadeiro paraíso.

Ou seja, saí do deserto, mais motivada do entrei. Em 2011, com a benção de Deus, estarei lá para correr Badwater Ultramarathon. Quanto tempo? Pra mim é o que menos importa, quero mesmo completar o percurso, vencer a distância e contar mais uma história de corrida.  "

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Badwater 2010 - 1 parte

 O bacana da internet é ter a oportunidade de conhecer pessoas que tem afinidades e paixões parecidas com você. As vezes penso que nunca teria oportunidade de conhecer essas pessoas especiais não fosse pelos blogs e redes sociais. Através do Facebook conheci a Maria Ritah, de Manaus, e fui acompanhando seus posts. Recentemente ela colocou algumas fotos sobre a Ultramaratona de Badwater. Mandei uma mensagem para ela e pedi se poderia contar essa história aqui no blog. Ela prontamente atendeu e ainda mandou umas fotos muito bacanas. Abaixo a primeira parte da aventura. De repente fazer um ironman não me parece mais tão difícil.... será?

"Badwater 2010 - por Maria Ritah


Comecei a correr ultramaratona em 2008. Minha grande estréia na distância foi na África do Sul, a Comrades Marathon, prova de 89km. A experiência de correr longa distância fez de mim uma apaixonada pelo esporte mesmo não tendo qualquer talento e começando na modalidade aos 36 anos. De repente me vi praticante e, acredite, atleta.
A primeira vez que ouvi falar de Badwater, foi por meio do meu amigo Gentil Alves que também pensava em correr a prova, e me dizia que para isso teria que correr a BR 135, prova classificatória para seleção da Badwater Ultramarathon.
 Badwater é a prova “mãe” do circuito BAD 135. Ela existe há 33 anos e deu origem a Arrowhead (prova no gelo) em Minessota/USA, Brazil 135 (prova nas montanhas) aqui no Brasil e agora também a Europe 135 na Alemanha e futuramente a Bolivia entrará no circuito. São 135 milhas (217 Km) que o atleta acompanhado de um carro e no mínimo 2 pessoas, e terá que percorrer a distância em até 60 horas ininterruptas numa estrada de asfalto que atravessa o tão temido Deserto de Mojave, na California. A largada acontece em Badwater a 85m abaixo do nível do mar, e a chegada no MT. Whitney a 2.530m de elevação.  O maior o desafio não é correr as 135 milhas, nem tampouco a altimetria da prova assusta, mas sim vencer o calor que mesmo a noite continua muito quente variando entre 50 e 60º positivos.

Comecei então a buscar mais informação sobre a prova considerada a mais difícil do mundo por conta do clima quente, seco e deserto. As histórias do calor não chegavam a me assustar uma vez que moro em um lugar quente, mas que não é seco. O que me fascinava nos relatos é o poder de superação do atleta ao ter que atravessar o deserto suportando um calor de 55 graus e sem qualquer apoio logístico da organização.
Mais obstinada, me inscrevi na BR 135 em 2009 para correr os 217km e conseguir classificação. Sem ter treinado mais de 100km corri pela primeira a BR e me dei mal. Uma lesão na panturilha no meio do percurso e desisti no km 162. Triste por isso, decidi esquecer ultramaratona em 2009 e passei a treinar para correr somente a New Yok City Marathon, em novembro do mesmo ano. Não queria mais saber de longa distância.
Setembro chegou, comecei a pensar de novo em Badwater e resolvi tentar de novo correr a BR 135 de 2010. Meu pobre currículo de ultramaratona daquele ano foi recusado pela organização da prova, só me restou dividir o percurso de 217km. Em dupla, fiz a distancia em 37hs, mas sempre pensando na Bad.
Este ano, a ultramaratonista  Monica Otero, 54, saiu na lista na relação dos aceitos pela organização.  Monica foi a primeira mulher da América do Sul a completar a distância de 135 milhas em 2007 e este ano a idéia dela era tentar diminuir o tempo de provaDiabética tipo 2, é sobrevivente de um câncer. Mesmo com saúde sob cuidados médicos ela prova que a força de vontade e determinação pode mudar o curso da história de qualquer um.

 Escrevi um email pra ela pedindo que me deixasse ser sua pacer. Eu pagaria minhas despesas de viagem até Las Vegas e ela arcaria com a hospedagem e alimentação. Monica foi muito gentil em aceitar minha proposta, e no dia seguinte comprei minhas passagens Manaus-Las Vegas-Manaus. Com muito gosto, passei também a treinar pra prova porque queria estar apta para ajudá-la e incentivá-la na corrida."

segunda-feira, 26 de julho de 2010

As próximas semanas serão críticas

Treinos são dividos em períodos. Esses períodos são definidos com base em objetivos. Meus objetivos coincidem com as competições que participo.

Tenho que chegar na minha melhor forma no fim de Agosto para o Ironman 70.3 em Penha - SC.

Para isso tenho feito alguns treinos de ciclismo na estrada dos Romeiros entre a Castelo Branco e Itú - SP para aumentar minha força no pedal.

Esse fim de semana tive a companhia do Marcos Pereira, que já é figura marcada nesses treinos e do Daniel Blois, novo parceiro de treinos da MPR e que vai começar a aparecer com mais frequência por aqui. Explico: assim como eu,ele vai encarar o desafio do Ironman Brasil 2011 pela primeira vez. teremos oportunidade então de nos encontrar bastante.

Romeiros é um treino sensacional. Um dos que me dá maior prazer. É difícil, desafiador e bonito. É uma oportunidade de testar sua força de vontade. As subidas intermináveis, trechos que parecem planos na ida e na volta se mostram como subidas bem leves (o suficiente para reduzir absurdamente a média de velocidade) e ultimamente o vento contra na volta.

O único ponto que dá tristesa é ver o Rio Tietê tão detonado em uma paisagem deslumbrante. Em qualquer lugar essa estrada seria um ponto turístico importante. Por aqui, com excessão das Romarias - que para nós é um inferno - a estrada é frequentada por ciclistas e motociclistas.

É um local que vale a pena conhecer, principalmente o trecho entre a Castelo Branco,saindo do km 48 e Pirapora do Bom Jesus. Outro trecho interessante é entre Cabreúva e Itu chamado de Estrada Parque.

Nos vemos por lá.

Na foto tirada pelo Daniel encaro uma das subidas

Fui... pedalando

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Atletas tem que ser exemplo de conduta para crianças?


Vou tentar responder, não é fácil. Você acha que um atleta tem obrigação de ser um exemplo de conduta para crianças? A minha resposta imediata é não. O exemplo de conduta primordial para uma criança são os pais e depois a escola. Os atletas não tem nenhuma obrigação de dar bom exemplo as crianças, não é função deles. Certo? 

Pois vamos ver... atletas hoje tomaram uma condição de pessoas públicas. Aparecem na mídia permanentemente, capitalizam com essa exposição e acabam tornando-se marcas comerciais. Como toda marca, essa deverá ser cuidada para que a percepção do público com relação a ela seja a mais próxima possível da imagem idealizada pelo anunciante. 

Gosto muito do profissionalismo de alguns atletas. Ao mesmo tempo que fazem aquilo que sabem fazer, são atenciosos com seus fãs, educados, sabem se expressar e tratam seus companheiros com educação e respeito. Não é possível vencer todos os dias, portanto é necessário saber perder e respeitar o perdedor.

Sempre me impressiona aqueles exemplos que tem maior contraste. Um exemplo, Bob Burnquist. O skate é para adolescentes, tem um ar rebelde, as vezes até de contravenção. Bob é um dos maiores expoentes desse esporte. Alguém já viu alguma entrevista dele? É um cara bacana, calmo, ama o que faz, diverte-se, ao mesmo tempo é muito articulado e educado. Por trás daquela imagem de skatista rebelde temos um atleta profissional que não só é admirado por seus fãs como por seus colegas de competição. 

Outros exemplos de bons garotos? Rogério Ceni, Cafu, Kaká...

Semana de contrastes: todos viram o que ocorreu com o Contador e o Schleck no Tour de France essa semana. Pra quem não viu vou tentar resumir. No ciclismo há uma regra não escrita que se você está em pelotão, pedalando juntos e um dos atletas tem um problema bobo, tal como uma corrente escapar ou um tombo sem consequencia, os outros ciclistas esperam por ele. Isso mesmo em competição. É uma daquelas coisas de fair play que também acontecem no ciclismo. Pois bem, o Contador não respeitou isso e atacou uma montanha quando o Schleck deixou sua corrente escapar, passando assim para primeiro lugar no tour.

Não tenho condições de julgar o que ele fez, me falta conhecimento sobre provas de ciclismo para tal. O que consegui enxergar foi que tanto o público quanto os outros atletas não gostaram dessa atitude. Contador foi vaiado ao subir ao pódio para receber a camisa amarela, e ficou com um sorriso amarelo (desculpa o trocadilho mas não aguentei). Não há um juiz no tour para dar uma penalização de tempo para esse caso, mas todas as câmeras de televisão mostraram para o mundo inteiro o que aconteceu e para piorar a situação, Contador deu uma desculpa mentirosa, dizendo que não viu o problema do outro ciclista, mas as imagens mostram que ele, além de tudo é mentiroso para se defender. Qual será o prejuízo para sua imagem? Só o tempo dirá. Na imprensa especializada e na comunidade de atletas a reação inicial não foi boa. 

Finalizando o texto mas não encerrando o assunto, acredito que todas as figuras públicas devem ter um comportamento adequado. A partir do momento que você decide se expor, seja pela natureza de seu trabalho ou esporte, ou qualquer motivação, deverá ser coerente com a imagem que quer passar e o público que irá atingir. Infelizmente hoje vemos inúmeros casos de comportamentos baixos de atletas. Desde a falta de espírito esportivo, comportamentos inadequados em público, crimes e até morte. No Brasil a coisa é ruim. Poucos atletas tem preparo para entender sua responsabilidade e quando temos o maior líder do país defendendo a mentira e desrespeito as leis repetidamente a coisa fica complicada. 

Mas vamos lá, podemos fazer alguma diferença no nosso meio não podemos? É isso que tento por aqui.

Na foto Andy Schleck.

Fui... pensando

terça-feira, 13 de julho de 2010

Triathlon de casa nova.

A partir de agora terei mais um canal para dividir as experiências sobre triathlon e treinamentos.

Confiram o site aventura.com.br que terá uma coluna semanal sobre triathlon.

O primeiro site de aventura do Brasil está mudando para ser uma comunidade de aventureiros, um ponto de encontro de paixões pelo esporte, aventura e sustentabilidade.

Fui... treinando pra Penha, foco total.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Troféu Brasil de Triathlon - Segunda Etapa


O que posso dizer dessa prova? Pra mim foi perfeito. Não só pelo resultado, mas também por tudo que aconteceu por lá.

Em primeiro lugar é um privilégio ter saúde e celebrá-la dessa maneira. Tenho tentado explicar isso as pessoas constantemente. No triathlon aparentemente testamos nossos limites o tempo todo, mas não é assim. Muito mais que isso, condicionamos nossos corpos para que os limites sejam alcançados com segurança e que nossa margem de trabalho seja maior. Quando estou numa prova, não quero testar até onde vou, mas ir de maneira consciente até a linha de chegada e apresentar o melhor resultado possível dentro das condições do momento. É exatamente o inverso, celebramos nossa condição física de maneira positiva e responsável. Se não for assim você não dura nesse esporte.

O fim de semana começou indo buscar o Alcy (meu irmão) no Guarujá. Ele estava desde quinta por lá em um congresso de ortopedia. Fomos para Santos e lá fizemos o que deve ser feito na véspera de uma prova: comer e descansar.

O domingo não poderia ter começado melhor. Lua cheia antes de nascer o sol, e um céu totalmente limpo. Foi assim o dia inteiro, não vi uma nuvem. A prova estava perfeita. Assisti a largada e saída da natação do short e depois fiz uma rotina pré prova muito parecida com o que fazia antes de regatas importantes. 

1 - Isolamento total - alonguei com calma a beira d'água e fui nadar até a primeira bóia sozinho. O mar estava gostoso, um pouco frio, mas totalmente liso. 
2 - Já tinha planejado a prova inteira e segui esse planejamento. Algumas coisas que pra mim fazem diferença.
3 - Natação - Largar na primeira fila, ir pro lado que escolhi na natação e fazer força até a primeira bóia. É fundamental chegar bem colocado na primeira bóia. Com isso consegui ficar com o primeiro grupo da natação. Normalmente são os caras que nadam mais que eu, mas que dá pra acompanhar se estiver na esteira deles. Parcial da natação 22 minutos
4 - Ciclismo - um erro comum que cometo é sair muito rápido no ciclismo e cansar as pernas antes da hora. Coloquei na cabeça que só faria força a partir da Av.Portuária. Até lá iria recuperar meu fôlego, tomar um gel e começar a hidratar. Funcionou. Meu pedal foi muito bom. O tempo todo sozinho, não peguei nenhuma roda (todos já sabem minha opinião e não preciso repetir, mas vai lá, se as regras dizem sem vácuo, é sem vácuo) e só vi um grupo na minha roda quando fiz um retorno, aí acelerei e eles sobraram. No final da segunda volta me senti um pouco cansado e reduzi um pouco o ritmo para chegar bem a transição. Parcial do ciclismo 1:07h incluindo as duas transições
5 - Corrida - aí não tem erro. Se o ciclismo é meu pior esporte a corrida é o melhor. Saí forte e fiz as duas voltas de 5k para pouco mais de 20 minutos cada, totalizando 41 na corrida. Foi bacana. Segui sempre no mesmo ritmo e até brinquei com o Alcy depois da prova. ele comentou que eu estava forte no final da primeira volta e falei que só acelerava ali pra fazer bonito. Ele mandou um "imaginei isso", mas na verdade não era. Fiz a corrida muito bem. Sempre no mesmo ritmo. Só apertei no último km, afinal.... era o último km e quando percebi que dava pra fazer 2:11h corri literalmente atrás desse tempo. Queria ter feito abaixo de 40 a corrida, mas não dava, estou voltando de um período complicado de treinos e não quero forçar antes da hora. O foco é todo no Ironman 70.3 em Penha no fim de agosto.

Parabéns aos amigos que fizeram ótimas provas:
Short
Alcy Vilas Bôas - 1:14h super tempo pra quem acabou de voltar a treinar
Marcos Pereira - 1:10h vai detonar em Penha
Eduardo Peselli - 1:21h voltando depois de um tombo de bike
Wellington Aragão - 1:14h também voltando depois de tombo de bike
Omar Ramirez - 1:32h único Argentino que permitimos no pelotão
Victor Cutait - 1:20 tá melhorando

Olímpico
Carlos Ohde - 2:10h ano que vem vai estar na minha categoria, ops...
Daniel Blois - 2:15h começou a treinar com a MPR agora, seja bem vindo
William Raposo 2:20h nosso representante baladeiro do interior

Resumo de tudo? Onde mais no mundo podemos pegar o carro em pleno inverno, dirigir pouco mais de uma hora e chegar numa praia e fazer uma prova de triathlon super bem organizada com temperatura por volta dos vinte graus? Alguns vão dizer que não tem chip, ou outras coisas, mas e daí? Já fiz provas com chip que os resultados sairam absurdos e demoraram mais que esse. Aconteceu comigo em Pirassununga e Caiobá. Se prefiro chips? É lógico, muito mais cômodo. Se acho que o troféu brasil por sua importância deveria ter chip? Claro que sim. Mas não é isso que vai estragar uma prova como a que tivemos nesse fim de semana. Quem esteve lá sabe do que estou falando. Os sorrisos no rosto de todos ao final eram a prova mais eloquente que foi um dia perfeito.

E além de tudo ganhei a etapa na Elite amador 40-44 anos e tomei a dianteira no campeonato.

A foto é de um Sesc Triathlon Caiobá de 2004, só pra matar a saudade.

Fui... ainda pensando no fim de semana perfeito.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Quarta Etapa TPUC 2010 - Troféu Brasil de Triathlon

Dia 27 de junho acontecerá a  Segunda Etapa do Troféu Brasil em Santos— Sp

Essa será a quarta prova desse ano feita em  homenagem a Abrale—Associação brasileira de linfoma e leucemia.

A distância total da prova é de 51,5km. Doarei o valor equivalente a um real/km para o projeto dodói da Abrale.

Convido a todos para participarem pelo link abaixo com suas doações. Como nas outras vezes, nada é feito pelo meu blog ou por mim, mas diretamente no site da Abrale.

Para doar acesse www.abrale.org.br/dodoi/ e siga as instruções de doação. Não esqueça de colocar no campo EMPRESA o texto “Triathlon por uma causa”, somente assim poderemos medir os resultados desta ação.

domingo, 20 de junho de 2010

Troféu Brasil de novo. Demorou!


Tem sido difícil escrever no blog nas últimas semanas. Não tenho passado muitos dias em São Paulo, mas pelo menos estou conseguindo treinar bem dentro das condições que encontro, especialmente nos fins de semana.

Finalmente a segunda etapa do Troféu Brasil está chegando. Assim mesmo, no meio da copa, domingão em Santos. E ao que tudo indica vai estar tempo bom por lá. Não vejo a hora. Sou daqueles que acha a motivação nas competições. Isso foi assunto na padoca pós treino de sábado. 

Preciso das competições, é uma maneira de manter o foco e esse período sem provas foi duro. Outros atletas acham a motivação em objetivos diversos e respeito isso. Manter um nível alto de concentração nos treinos sem uma meta clara na minha frente é difícil. Tenho minhas metas de longo prazo, não há como não fazer isso, mas preciso das intermediárias. É momento até de testar se os treinos estão indo de maneira correta, comparar desempenho com experiências passadas e também com seus parceiros de treinos e competição. 

Gosto de tudo: a ansiedade antes da largada, os sorrisos nervosos antes da prova, o aquecimento dentro d'água, as transições, o momento que passo em frente a barraca amarela e vejo meus amigos torcendo, a linha de chegada, a sensação de ter conseguido mais uma vez o que é difícil para a grande maioria. Só não gosto de dirigir na estrada depois, dá um sono...

E pra não deixar de falar da copa. O Kaká subiu no meu conceito, nunca pensei nele como um cara que encara os outros. Apesar de ter sido expulso, ele colocou aqueles pernas de pau no seu devido lugar.

Fui... esperando por domingo

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ironman 2010

Minha idéia inicial quando fui assistir o Ironman Brasil em Florianópolis era fazer uma cobertura via iphone para o esse blog, minha página do youtube, facebook e twitter. Bacana né? O que aconteceu é que a rede de transmissão de dados da Claro em Ironland é muito lenta. Consegui carregar apenas três vídeos e depois a coisa parou, sendo que um deles carreguei ainda em Curitiba.

A idéia era boa e vou continuar tentando fazer isso. No final acabei não pegando alguns depoimentos que queria porque achei que não faria mais sentido. De qualquer maneira acabei postando os vídeos hoje no youtube. Para acessar é só ir para a minha página e assistir os vídeos de sábado com a Julinha, Gra, Cláudia, Roger e Nilma, além da largada e o Alcy tirando fotos.

A cobertura principal seria feita através do site www.aventura.com.br . Eles fariam as edições dos vídeos e a postagem após meu envio por youtube, mas tudo bem, vamos tentar na proxima.


Fui.... na foto entrevistando o Roger, IronHusband

terça-feira, 8 de junho de 2010

Overtraining



"Primariamente observada em atletas, a síndrome do excesso de treinamento é caracterizada por alterações metabólicas, redução do desempenho atlético e da resposta ao treinamento em indivíduos saudáveis, incidência de contusões e infecções virais e bacterianas por queda de resistência imunológica, alterações no estado de humor, fadiga constante, etc. Esse conjunto de sinais e sintomas remete o indivíduo à fadiga crônica, cuja etiologia envolve-se com o desequilíbrio de neurotransmissores cerebrais, como a diminuição dos níveis de serotonina (5-HT), que, por sua vez, é derivada do triptofano, um aminoácido veiculado pela dieta através de alimentos ricos em proteína(3). É possível que o metabolismo energético, secundário a mudanças endócrinas, seja alterado na síndrome do excesso de treinamento e, conseqüentemente, afete também a fadiga. Estudos têm demonstrado que deficiências ou desequilíbrios em neurotransmissores e neuromoduladores podem ser causados por severo ou longo estresse(4)." matéria da Revista Brasileira de Medicina esportiva, conteúdo completo no link .

O corpo avisa e você é responsável por entender o que está acontecendo. Um resfriado que não vai embora, de repente falta de sono permanente, fadiga constante. Tudo isso aliado a um ritmo de viagens e reuniões de trabalho que não permitem uma recuperação adequada e quando você percebe aparece uma lesão no joelho, você começa a contar quantos treinos fez na semana e foi metade do programado e bem fraquinhos, e pra mim o pior de tudo, dois quilos a menos na balança. Quem me conhece pessoalmente sabe porque fiquei preocupado.

Não sei se cheguei a ter overtraining, mas quando a Gra virou pra mim em um treino de bike e perguntou se talvez não fosse por este motivo que eu não estava dormindo direito a coisa começou a encaixar. Tive um grande stress pessoal no último mês, e parece que depois disso tudo veio abaixo.

Tirei a ultima semana pra descansar. Aproveitei o feriado e fui para Curitiba ver minha filha. Fomos ao cinema, shoping, assistimos discovery kids abraçados na cama, passamos 24horas do dia juntos entre quinta e domingo. Foi ótimo. No domingo fiz um pedal fantástico na estrada e ontem voltei com as baterias cheias de novo. Estou retomando com calma, e acho que foi bom esse período de off season. 

Hoje teve treino de bike na usp, aproveitei e fiquei num pelotão mais lento e me senti muito bem.

Relendo meus últimos posts dá pra ter uma idéia dos sinais que estavam lá, interessante.

Fui... retomando com calma mas com seriedade.

domingo, 23 de maio de 2010

Semana de altos e baixos

É no mínimo curioso.

Essa semana foi de muitas alterações no meu desempenho. O que não deixa de ser um bom treino. A primeira surpresa foi a natação. Vinha nadando de 4 a 5 vezes por semana nas duas últimas semanas. Evitando  sobrecarregar o joelho com corridas e principalmente pedal. Ainda não entendi direito o que tive, provavelmente uma tendinite boba. Então o que fiz? Nadei mais, musculação, gelo e muito alongamento. Não precisei tomar nenhum remédio - mesmo porque não gosto - apenas massagem com cataflan gel (que não deixa de ser remédio né?!).

O que aconteceu na sexta? Depois de vários treinos acima de 3000 metros, quebrei na natação. 1500 metros e comecei a ficar tonto - mais do que sou - e enjoado. Tive que parar. Um bom banho, bacalhau na hora do almoço com uma garrafa de vinho verde português da região do Minho e a coisa votou ao normal. A noite 18km de longo de corrida como se nada tivesse acontecido.

Hoje fui pedalar em Romeiros. Treino duro como sempre. Quebrei de novo, mas dessa vez não tive opção. Lá você quebra e ainda tem 40km com muita subida e vento contra. Coloquei um ritmo mais lento, e com a ajuda da roda do Marquinho consegui recuperar o ritmo. Lógico que não subi a famigerada "subida do calaboca" no ritmo que estou acostumado, mas tudo bem. Chegando em Pirapora corri super bem os 8km que estavam programados, dessa vez aliviando o ritmo para não deixar meu companheiro na mão depois que ele foi tão solidário. O interessante é que era falta de perna mesmo, a frequência cardíaca tava normal, e não me senti cansado. Acho que tá na hora de ir na nutricionista. To desconfiado que o problema tá por aí e também o stress que passei na semana passada.

A grande coisa é que não tive nenhuma dor no joelho. To recuperado, ufa... 

Em tempo, amanhã reunião com a Abrale e Skarp pra definir as ações pro Troféu Brasil e 70.3 de Penha.

Fui.. o cérebro agora tá entrando em modo de espera

terça-feira, 18 de maio de 2010

Aos meus amigos que irão fazer o Iron daqui a alguns dias

Esse ano acompanhei mais de perto os treinos pro Ironman. Pra quem não sabe, a prova irá acontecer no fim do mês em Floripa com as ridículas distâncias de 3.800m de natação, 180km de bike e 42km de corrida.

Quem não treina pensa que é insano, quem treina tem certeza.

De qualquer maneira, esse últimos dias de treino serão para descansar. Está na hora. O treino que deveria ter sido feito já foi. Nesse momento a prioridade é descansar. Mas isso para um ironman não é ficar de pernas pro ar, é continuar num ritmo maior que a maioria de nós treina. É lógico que depois de fazer 180km de bike num sábado qualquer, seguido de uma corrida de 28km no domingo, continuar treinando durante a semana normalmente é algo cansativo. Não só pelo aspecto físico, mas pela logística envolvida e os longos períodos de tempo dedicados aos treinos e recuperação. Pra quem trabalha é difícil, pra quem trabalha e tem família, mais ainda.

Mas você não ve esses seres especiais reclamando não. Aliás reclamam muito menos que os triatletas normais (se há algo de normal em ser triatleta). Estão lá cuidando para não emagrecer demais, para não ter uma lesão de última hora, administrando as dores e nesse momento começando a cuidar com quem pedalam para evitar um tombo ou um susto maior.

É um clube fechado. Para entrar você precisa fazer um compromisso com você mesmo, com mais ninguém. E se vencer, será aceito de braços abertos. Em uma abertura da trasmissão de um Ironman do Hawaii o locutor diz mais ou menos isso em uma tradução livre:

" Na verdade existe apenas dois tipos de pessoas: aquelas que dizem que não podem e aquelas que dizem eu posso. Essas pessoas se encontraram aqui, de maneira individual, por suas 1700 diferentes razões. Sua união vem de seu mantra "eu posso", e do seu destino, um lugar que eles tem que chegar de qualquer maneira. O que eles farão para chegar lá é monumental para os padrões de qualquer um, inclusive deles mesmos. O desconhecido, nós todos tememos, e nesse momento há um oceano cheio de medo."

Em outro momento ele diz: "Você pode desistir e ninguém vai dar bola, mas você sempre saberá disso".

Espero chegar lá o ano que vem, tenho dado os passos da maneira planejada e apesar de ter que segurar minha ansiedade, a opção por um plano de treinamento de três anos tem se mostrado acertada. Gostaria de estar lá com vocês competindo, mas terei que me contentar em assistir.

Para os que acompanhei mais de perto fica aqui meu desejo de boa sorte, alguns vão fazer pela primeira vez, outros pela segunda, terceira ou mais. Para a turma do MPR, Diogo, Felipe, Rodrigo, Renato, Flavinho, Clau. A Nilma de Botucatu, A Roselaine que conheço do Facebook e conhece todos que conheço menos eu. O Álvaro Gusso de Curitiba, que tá treinando forte. 

Desejo boa sorte pra vocês. Que essa experiência seja tudo que vocês esperam e mais um pouco. Estarei lá para dar uma força a vocês. Daqui a duas semanas vocês poderão dizer, eu posso, sou um ironman.

Para vocês eu tiro o chapéu, ou melhor, boné.

Fui.... treinando para ter a minha chance de ser ironman

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Qual a relação?

Alguém que lê este Blog pela primeira vez, ou mesmo pela décima vez pode fazer a seguinte pergunta: Por que ler e acompanhar um blog sobre os treinos de um triatleta amador pode ajudar a causa principal do TPUC?

Vou tentar responder.

Se você for um triatleta, ou qualquer tipo de atleta amador que se dedicou com bastante paixão ao esporte, terá uma concepção razoável do que faço. O esforço para manter um nível alto de treinamento, que incluí além das sessões frequentes de treinamento, o preparo de alimentação, logística, lidar com cansaço e sono, e logicamente, trabalho. Conciliar trabalho e treinamento é uma loucura e muitas vezes nos pegamos fazendo loucuras. 

Se você não é triatleta vou tentar explicar: esse esporte não é somente aquele momento da prova. As horas ou minutos de uma prova são apenas reflexos do que você faz no dia a dia. Temos um treinamento muito intenso e que demanda um tempo enorme. É um esporte que nos torna bastante egoístas e introspectivos pela sua natureza. Compensamos isso treinando em grupos e tentando interagir, mas não é fácil, é da nossa natureza. Pelo menos da minha (ser introspectivo não egoísta).

O que quero dizer é que, dedicando um pequeno tempo do meu dia para atualizar o blog e trazer algumas impressões sobre o treino de triathlon, seu estilo de vida e os sacrifícios necessários para me manter com um alto rendimento neste esporte e percorrer aqueles quilômetros de uma prova, me dedico diariamente ao projeto. Doar um real por km percorrido em prova, é me doar todos os dias ao treinamento, alimentação, sono, descanso, equipamentos e vida pessoal.

Doar simplesmente é louvável e necessário. Me doar é muito mais. É tentar trazer outros para o projeto,  inspirar um estilo de vida mais saudável, procurar ajudar o próximo e motivar a boa vontade. Cada km de prova custou muito tempo, dedicação, e principalmente determinação. Foco no objetivo para vencer o desânimo que as vezes aparece.

Isso é quase um desabafo, e escrevo em um momento que tive algumas semanas ruins de treino. Começou com excesso de trabalho. Em seguida a dor no joelho. Depois veio uma queda na motivação. Mantive os treinos diários durante esse período, mas muito aquém do que posso e preciso para atingir as metas do ano. O que aconteceu hoje? Super treino pela manhã, tiro de 6km a 4:10min o km e 3100m de natação no almoço. Estou de volta, me aguentem.

Fui... com gás pra muito mais

terça-feira, 11 de maio de 2010

Treino em Bauru

Sair da rotina é bom, mas duas vezes seguidas??

Voltei de Curitiba na segunda e fui para Bauru, interior de São Paulo, na quarta. Fiquei até domingo por lá.

Bom lugar pra treinar. Consegui pedalar na quinta e sábado, correr nos outros dias e nadar um dia só. Marquei um pedal no sábado em Botucatu com a Nilma mas acabei cancelando um dia antes pois ia ficar muito corrido para mim. 

Estava lá para a Copa Davis de Tênis. Confronto entre Brasil e Uruguai e valeu uma vaga para o play off da taça e a possibilidade do Brasil voltar a Elite do Tênis mundial. Foi muito bom ver os jogos e acompanhar a equipe brasileira. Tivemos convidados especiais como Guga e Sareta, que já não jogam mais, além de Belucci que ocupa hoje a posição 26 do ranking da ATP. Joga muito.

A equipe uruguaia foi super simpática e o pessoal da CBT (confederação brasileira de tenis) também. Tivemos conosco também os árbitros internacionais e outros convidados da ITF (federação internacional de tenis).

É gostoso acompanhar uma competição internacional e sentir o clima do esporte durante alguns dias. Como patrocinador tive um bom acesso as áreas de camarotes, quadra e equipes, sem contar que hospedamos as duas equipes e tivemos a companhia dos jogadores durante as refeições no hotel.

Os treinos sofrem um pouco, mas o espírito esportivo não. Agora tenho que voltar o foco para o Triathlon, rumo ao ironman 70.3 em Penha em Agosto.

fui.... ainda meio preguiçoso

terça-feira, 4 de maio de 2010

Treino em Caiobá

As vezes sair da rotina faz bem!


Sexta-feira fui para Curitiba. Vários motivos. Trabalho, um casamento, ver a Gabi e principalmente estar com meus pais na comemoração das Bodas de Ouro deles. Pense bem.... 50 anos de casados, impressionante. Que exemplo. Jantamos todos juntos no domingo a noite, fotos de família e tal, foi muito bom. Pra quem tá longe a maior parte do tempo isso faz muita diferença. Volto com um aperto no coração de não passar mais tempo com eles, mas feliz de ver uma união tão forte quanto essa.

No sábado fiz meu treino longo de corrida, 18km pelas ruas de Curitiba. Como é gostoso correr por lá. Saí meio sem rumo, e fiz um trajeto para acabar os primeiro 9km na casa do Marcelo, irmão ex-triatleta. Acho que acordei ele, mas tudo bem, tomei uma água, conversamos por alguns minutos e continuei correndo até completar a distância. Um pouco de dor no joelho no fim, mas nada demais.

Domingo peguei o Alcy , o irmão triatleta, as 6 horas da manhã e fomos para Caiobá fazer um treino longo de bike. Fazia muito tempo que ele não percorria uma distância longa e Caiobá foi perfeita pra isso. Para quem não conhece, o treino é todo plano, asfalto impecável e nessa época não tem quase movimento de carros. Perfeito. Quando chegamos por lá, a temperatura era de 16 graus, na serra tava 14. 

Pouca gente sabe aproveitar a praia com frio, mas alguns Curitibanos e gaúchos gostam, como sou os dois, pra mim é perfeito. Posso até dizer que prefiro a praia no inverno. Menos gente, mais onda e temperatura perfeita pra treinar.

Os primeiros 40km foram ótimos, numa boa média e com um friozinho que exigia um manguito apenas. O sol brilhava mas não esquentava ainda. Fizemos uma parada, tiramos a foto lá de cima e ouvi um estalo na minha bike. Foi-se um raio da roda traseira... roda empenou, lógico e tive que abrir o freio e voltar com o raio enrolado em outro. Ficou esquisito, mas deu pra chegar vivo. Nunca tinha passado por isso. Não foi nada demais, mas você fica imaginando se aquela porcaria não vai desmontar inteira. 

Voltando a Caiobá, corridinha de 5k pra soltar, piscina, banho e Curitiba de volta. Conversamos bastante, rimos demais e fiquei feliz de ver que ele está totalmente comprometido com o meio iron em Penha, vai terminar bem. Tá forte na corrida e o pedal vai melhorar com o treino.

Fiquei a pé pro treino de hoje na USP, a bike só fica pronta a tarde e a outra tá esperando que eu de um pouco de atenção e troque os pneus dela, por isso hoje vai ser spinning mesmo na fórmula, tem aula 12:30 com o Beto.

Fui... com um sorriso de mais uma noite bem dormida

terça-feira, 27 de abril de 2010

Metas, metas e mais metas!

Vou colocar uma meta pra mim mesmo... postar pelo menos duas vezes por semana. Vai ser difícil, mas vou tentar. Muito trabalho, voltei ao ritmo normal de treino e a planilha desse mês..... tá punk. Pra complicar tem as aulas na pós. Claro que minha vida não é quase ocupada, ainda invento de voltar a ser professor temporariamente. Tá sendo divertido, mas preciso pegar leve com a turma, eles estão mais pra trote leve que treino de pista, mas vamos lá...

Hoje pela manhã ganhei uma revista Vo2 no treino de bike (valeu Paulinha), e tem uma coluna do Emerson Gomes, o chefe maior da cambada triatlética da MPR, falando de metas para seguir com ritmo bom de treino. Concordo com ele. Sem metas claras as coisas não vão pra frente. Você fica com preguiça e treina menos e pior.

Minhas metas desse ano para provas de triathlon foram decididas em dezembro. Participar de todas as etapas do Troféu Brasil (uma ticada), na distância olímpica, três meios, sendo um Caiobá (posso ticar esse), Penha - principal prova pra mim no ano, e o terceiro Pirassununga (isso se não rolar Clearwater, mas preciso da vaga antes em Penha e na minha categoria não é fácil).

Para o TPUC? Estreitar o relacionamento com a Abrale e capitalizar a divulgação proveniente dos apoiadores, tornando a exposição maior em resultado financeiro pro Projeto Dodói.

Como só tenho prova novamente em junho, a segunda etapa do Troféu Brasil em Santos, combinei com o Emerson em focarmos o desempenho no ciclismo. Explico. Sou leve (se alguém me chamar de magrelo de novo fico bravo, esse é pra Nilma rsrsrs), por isso tenho que aumentar minha potência muscular. Meu corpo ajuda na corrida, mais que isso, é fundamental para o desempenho da corrida, mas preciso de mais potência pra não perder tanto tempo no ciclismo. Minha idéia? Pedalar mais, simples né? Opinião do Emerson? Já estou com bom volume de pedal, preciso fazer mais musculação. Resultado: eu fazendo leg press e agachamento... argh, como odeio. 

A primeira fase de treino de carga na musculação foi em janeiro focando o Internacional. Já deu resultado. Agora que já me recuperei de Caiobá, vamos pra mais um mês e meio de musculação forte. Depois do Troféu Brasil de junho em Santos eu conto o resultado.

Fui.... pra cima e pra baixo com uma barra no ombro e um monte de pesos, melhor nem somar...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Coincidência ou sinal?

Algumas coisas me surpreendem. 

Antes de ir a Caiobá, passei em Curitiba para visitar o escritório de lá durante dois dias. É bom, porque aproveito e faço três coisas ao mesmo tempo. Aproveito para fazer as tarefas diárias com a Gabi, levá-la e buscá-la na escola, passear no parque e shopping (aquelas coisas rotineiras que as vezes não damos o valor devido, mas quando não as temos fazem falta demais), etc; trabalho e no fim de semana triathlon. Perfeito.

Quando chego ao escritório na quinta-feira, encontro uma funcionária que estava afastada por motivo de saúde. Eu lembrava que ela tinha tido um diagnóstico de câncer, e ela tem apenas vinte e poucos anos. Não sabia é que ela estava com linfoma e tinha acabado seu tratamento de quimioterapia e estava retornando ao trabalho naquele dia. Exatamente no dia que fui no escritório - coincidência, ou não. O pai dela também tem o mesmo tipo de câncer e está em tratamento neste momento. Foi meu funcionário por mais de dez anos e hoje está aposentado.

Começamos a falar sobre a doença e como ela encarou esse desafio, e comentei do TPUC e Abrale. Fiquei sabendo que não só ela conhecia a Abrale, como entrava todos os dias no site da entidade para pegar informações e ler os testemunhos de outros pacientes e familiares. Fiquei bastante feliz e emocionado com isso. Ela também me informou que não entrou em contato diretamente com a Abrale, mas que no momento certo irá, mas que gostaria que eu transmitisse seu agradecimento ao trabalho deles.

As coincidências são sinais? Não sei, sou um pouco cético para acreditar nessas coisas, mas quem sabe? Quando estamos abertos a ajudar e participar ativamente na defesa de uma causa parece que atraímos aquilo que precisamos para ter forças. Até agora foi isso que recebi, incentivo e colaboração, parece que o caminho está certo. 

Fui... em mais uma semana corrida

domingo, 18 de abril de 2010

Pensamentos da semana

Foi uma semana corrida. Consegui escrever apenas uma vez no blog, o resto do tempo trabalho. São vários projetos interessantes no escritório ao mesmo tempo e o meu lado atleta tá sofrendo de ciúmes com meu repentino interesse pelo trabalho. Não que eu trabalhe sem vontade normalmente, bem pelo contrário, cada vez mais gosto do que faço, mas atualmente os desafios estão exigindo um esforço intelectual além do normal e estou tendo que fazer muita pesquisa, utilizar técnicas que nunca experimentei e aprender com os erros. Tenho passado boa parte dos meus treinos "trabalhando" e isso é bom nesse momento.

Recuperação de provas longas: para quem nunca fez um meio iron vou dividir alguns sentimentos que tive. Pelo que sei, além do meu irmão que vai ter essa experiência em Penha, ontem estavam comigo no pedal a Mariana e o André, que vão fazer seu primeiro meio. Não sei como os dois estão se sentindo depois de fazer pela primeira vez 100km de bike, mas se não ficaram quebrados ontem é porque não fizeram força. Quando fiz Penha o ano passado levei uns dois meses pra me recuperar da prova. Tempo para me sentir bem novamente e treinar forte. Nesse tempo já estava quase na hora do Long Distance de Pirassununga, quando treinei muito forte. Minha maior surpresa é que quase não senti Pirassununga e em uma semana já estava bem.  Tempo em Penha: 5h11, tempo em Pira: 4:47h. Tempo em Caiobá semana passada 4:30 (o pedal nessa prova é um pouco mais curto, cerca de 10min devem ser acrescidos para comparação).  Como me recuperei de Caiobá? Tirando o resfriado que insiste em não ir embora, o resto está ótimo, a ponto de ontem ter feito o retorno do pedal (50km) em ritmo de time trial. Cheguei a fazer alguns trechos de 5km com média acima de 40km/h (o Garmim marca os parciais no modo bike a cada 5km). Foi ótimo. Tenho usado as meias de compressão da Skarp depois dos treinos longos e fazem uma boa diferença. 

Sobre provas longas: aproveite que é uma delícia. Ontem depois da bike a Mariana falou "e ainda tem que correr 21km depois disso". Na hora me pareceu um absurdo. Eu nunca correria 21km depois do pedal de ontem, não consigo nem imaginar - sem lembrar que fiz isso a apenas uma semana - de onde tiraria forças. 

Uma boa dica é aproveitar que a prova de Penha é no sábado e marcar o retorno pro domingo a tarde e sem pressa. Para aproveitar melhor a experiência, tome um bom banho após a prova, alimente-se e vá pra cama. Durma muito, relaxe o corpo que ele merece, se conseguir marque com uma massagista local para ir no hotel (a Claudia e a Paulinha fizeram isso o ano passado). E sabe pra que isso? Para estar inteiro a noite e ir tomar cerveja com os outros malucos, é muito bom. Você vai ter a melhor noite de sono em muitos anos. A linha de chegada é sua: dance, vibre, brinque com a torcida, divirta-se com as crianças gritando "joga a garrafinha tio", as meninas dos postos de hidratação que fazem festa pra quem brincar com elas. Aproveite a prova sem expectativas de tempo, mas com um planejamento flexível em mente. 

Planejamento é essencial: prepare a alimentação antes, durante e depois da prova. Sei que todo mundo sabe, mas não custa repetir, nada de coisas novas no dia da prova. teste tudo com antecedência. A roupa de natação, qual a roupa que vai pedalar e correr, tênis, etc... Coisas que aprendi: o pé incha no pedal, use um tênis pelo menos um número maior e meias finas de corrida. Pedalar com bermuda de triathlon durante 2:30h requer treino. Elas normalmente tem menos proteção que as de ciclismo, portanto prepare-se e tente fazer um treino longo com sua roupa de prova. Protetor solar na sacola de transição. Leve uma capa para a bike passar a noite na transição. Aprenda a trocar pneu da sua bike e treine isso. Se você estiver treinado, isso deve levar no máximo 5minutos e sem muito stress, mas se você não treinar, vai acabar entregando os pontos. Seja realista, o objetivo do primeiro meio é a linha de chegada. Prepare-se para chegar correndo. Coisas estranhas acontecem no corpo e na mente durante cinco horas de prova, tenha calma. Se precisar ir ao banheiro vá, há vários durante o percurso. Ficar com vontade durante o pedal ou corrida podem tirar sua concentração e atrapalhar a prova toda. Se der, aproveite a transição para ir ao banheiro, se você for um pouco mais descolado, aproveite o fim da bike. Depois da primeira vez você nunca mais vai parar numa prova pra fazer xixi. Antes que eu esqueça, bermuda e top são mais flexíveis quando se precisa ir ao banheiro, tirar um macaquinho na correria é um saco.

Última dica: vai doer, mas tudo bem, você vai sofrer em alguns trechos, sentir-se melhor em outro mas no final alguns pensamentos virão a sua mente, pelo menos na minha vieram:

Na linha de chegada:
  • WTF to fazendo aqui!
  • Nunca mais
  • Não vou fazer o Iron nem a pau
  • Que dor
10 minutos depois, sentado na área pós prova comendo bisnaguinha e batendo papo com os amigos

  • Conversas gerais sobre a natação, vento na bike e sol na corrida
  • Onde vai ser o almoço?
  • E o jantar?
  • Lanche?
  • Alguém pega mais uma mãozada de bisnaguinha pra mim por favor
A noite no jantar

  • Foi Showwwwwwwwwwwwwww!!!!!!!!!!!!!
  • Quando é o próximo????
  • Vamos fazer um treininho amanhã pra soltar???
  • Hahahahahahahahah
  • rsrsrsrsrsrsrsrsr
  • zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz


Fui... pensando em Penha, clearwater, San juan e o iron de Floripa

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Long Distance Caiobá

Ufa! Acho que agora consigo escrever. O difícil não é completar um long distance, é conciliar a vida de atleta e a vida de pessoa "normal". Mas vamos lá....

Foi ótimo. Quem foi aproveitou, quem não foi, sempre tem o ano que vem. O melhor de tudo, para mim, é que foi uma prova entre pessoas que estão de bem com a vida.

Na sexta-feira fui para Caiobá com a Gabi. Meus pais estavam por lá também com meu sobrinho Lucas. Em seguida chegaram o Felipe, que treina na MPR e está se preparando para o primeiro Iron, com sua esposa Dani. Todos muito cansados, jantamos, um pouco de conversa e cama.

No sábado fizemos um reconhecimento de Bike, eu, Felipe e o Diogo (também MPR). 30km na estrada. Antes disso nadamos por uns 30minutos na área da prova com um mar bem agitado. Almoço lá em casa, agora também com o Diogo e esposa, a Tati, a quem a Gabriela ficou apaixonada e não para de falar e a noite o jantar de massas feito pelo Andrea Toscani, nosso amigo super triatleta, que além de tudo é chef  de cozinha, junto com sua esposa Mari e a filha Valentina . Estavam também o meu irmão Alcy, o Álvaro Gusso, curitibano treinando para o primeiro Iron, e  o Renato e Rodrigo, ambos de São Paulo que treinam também na MPR, treinando para o primeiro Iron. Sou o único fora dessa turma, meu primeiro Iron, se tudo der certo, vai ser em 2011.

O Long Distance de Caiobá 2010 começou com uma chuva chata e frio. O mar não estava tão agitado quanto sábado, mas um vento de sudoeste que trouxe a chuva, forçou a organização a inverter o percurso da natação em cima da hora, já que o vento estava causando uma corrente bem forte. As duas voltas foram feitas com tranquilidade. Larguei e corri bastante para a direita pela praia por dois motivos: pegar menos corrente e também me livrar da confusão de nadar com muita gente em volta. Deu certo, consegui colocar um bom ritmo e quase não bati em ninguém até a primeira bóia. Saí bem da natação e demorei bastante na transição. Estava com dor de garganta desde sábado pela manhã e resolvi colocar manguito para pedalar. Com o braço molhado demorou uma eternidade.

Foi um dos melhores pedais que já fiz. A distância era de 84km oficialmente. Algumas pessoas mediram no cateye 80km, mas sabe-se lá quem está melhor aferido. de qualquer maneira fiz em 02:18 líquido, ou seja na saída e chegada da transição. Dica: tenha um relógio de prova com contador de voltas. O tempo oficial normalmente inclui na perna de bike as duas transições então distorce as coisas. Eu costumo marcar os parciais na entrada e saída da transição, assim sei o tempo de cada esporte e quanto levei na transição. Seja como for, minha média de velocidade foi de 36,53km/h. Gostei. É o esporte que mais tenho dificuldade, e perder menos tempo para os outros é um alívio. Ajudaram muito as rodas da Julinha, valeu o empréstimo Ju.

Importante considerar também que saí bem para a corrida (o bike fit tá funcionando). Sem dores nas costas e com gás para acelerar. Completei a meia maratona em 01:37, já com bastante calor e sol. Sofri na última volta de 7km, mas foi bom.

O melhor de tudo foi cruzar a linha de chegada com a Gabi. ela estava ansiosa e toda concentrada para o momento. Era o momento dela, como levou a sério. Passou todos os dias me perguntando como seria e cada vez que aparecia alguém novo ela pedia para eu contar nosso "segredo", que era nosso acordo dela cruzar a linha de chegada junto comigo.

Pontos altos do fim de semana:

A Gabi.
Conhecer melhor a turma que treina comigo, o Felipe, Diogo, Renato, Rodrigo e as esposas
Minha mãe assistiu a primeira prova de triathlon da vida dela, depois de três filhos triatletas. Foi uma honra. Descobri que não é só a minha mãe que se preocupa, a do Felipe pede que ele de passagem aos outros atletas.
O Alcy fez um tempo 10 minutos mais baixo que o último short que foi a pouco mais de um mês. Tá encaixando os treinos agora
Correr em casa.
Ver meu pai bem e feliz no fim de semana
Ter a casa cheia de triatletas por dois dias

Foi ótimo. Agora preciso achar alguma prova pra maio ou somente assistir o iron em Floripa. Em junho, troféu brasil novamente.

Fui... correndo (no trabalho) e treinando em ritmo de recuperação


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Long Distance Caiobá - Mais uma etapa


Domingo é dia de mais uma etapa do TPUC em 2010 - Long Distance de Caiobá. É claro que acho ótimo correr uma etapa em casa. Para quem ainda não sabe, sou de Curitiba, quer dizer, nasci em Porto Alegre mas fui criado em Curitiba. Hoje moro em São Paulo por motivos profissionais e para não deixar passar em branco, adoro essa cidade que tem me recebido muito bem.

Caiobá é onde passo o verão e estive pela última vez no ano novo, foi ótimo. Cheguei ontem em Curitiba para aproveitar e ver como estão as coisas no escritório daqui. Assim aproveito a viagem e trabalho um pouco por aqui. Hoje cedo acordei e adivinha... 13 graus, ventando de sul e muitas nuvens baixas, nada disso é bom sinal.

Vai ser um bom desafio, Se continuar esse vento o mar vai estar mexido. O sul entra de frente na praia mansa de Caiobá e ela deixa de ter esse nome. Com esse mesmo vento o retorno do ciclismo vai ser com vento contra, o que também é mais um desafio e a corrida vai ser na beira mar, mais vento na cara.

Pela minha experiência, esse tipo de frente fria não dura tanto, espero vento fraco e mar mais calmo, mas não calor, chuva é uma possibilidade.


Mas vamos lá, é mais uma etapa e a distância dessa vez é de 112,9km, valor que farei de doação a ABRALE.

Quem quiser ajudar deverá fazer a doação no site da ABRALE,  pelo link você irá acessar o hotsite do projeto dodói. As doações podem ser de qualquer valor, ou nos valores sugeridos pelo site, ou no valor que estou sugerindo aqui no blog.

É fundamental que coloque no campo empresa o texto Triathlon por uma Causa para que possamos fazer a medição dos resultados. As doações podem ser deduzidas no seu IRPF.

Em breve os resultados da prova.

Fui.... escapando do frio

terça-feira, 6 de abril de 2010

Esporte e vício!

A coisa começou assim: ontem o Flávio publicou duas fotos dele na largada do Troféu Brasil de Triathlon onde ele aparece dando risada na largada. Não deu muito tempo o Chris comentou que era por isso que ele não conseguia pódio, onde já se viu dar risada na largada. Logo em seguida eu comentei que era necessário cara de mau para intimidar a concorrência. Primeiro comentário: isso tudo foi brincadeira entre amigos. 

Depois de nadar fui almoçar com o Flávio - nadamos os dois ao meio dia na fórmula e de vez em quando temos um tempo a mais - e comentamos sobre isso e aí a conversa foi um pouco mais séria e começamos a pensar sobre os motivos de fazermos triathlon. Ele de cara me fala que aquelas fotos demonstram exatamente o sentimento dele naquele momento, pura felicidade por estar alí fazendo o que gosta, o resto é secundário. Conversamos um pouco mais sobre isso e como algumas pessoas levam a coisa com mais seriedade que outros e assim por diante.

A noite a Ana Hidalgo, uma ótima corredora que infelizmente teve uma lesão e agora está voltando, postou (existe este verbo? postar? é primo de deletar e printar?) um comentário sobre um estudo que afirma que comer alimentos de alto valor calórico e ricos em gordura podem causar vício assim como cocaína e heroína. Em tom de brincadeira um amigo dela falou que sentia pena pelo pastel de sábado e que uma pesquisa sobre maratonistas sugere o mesmo comportamento para atletas. Eu em tom de brincadeira disse que não tinha dúvida disso mas que preferia esse caminho, a Ana achou que eu tava falando atacando, mas não estava, sorry.

Mas isso me fez pensar, o assunto ficou o dia todo na minha cabeça e terminou com a coincidência desse estudo. Por isso resolvi escrever um pouco sobre o assunto, sem nenhuma pretensão científica, mas por observação e experiência própria.

Faço triathlon para cuidar da minha saúde. Não só física, mas mental também. O stress é um mal dos nossos tempos e segundo alguns estudos que li, a depressão deverá ser a doença mais comum na humanidade em pouco tempo, se já não for. O sentimento de largar dando risada é comum em muitos atletas. Não somos profissionais do esporte, apesar de muitas vezes termos ritmo de treino parecido com eles. Estamos lá por motivos diversos, cada um tem o seu, mas algo temos em comum, uma condição física superior a média da população e felicidade por poder fazer aquilo que gostamos.

Acredito que nossas decisões afetem uma série de eventos em cadeia. por exemplo: ser triatleta exige disciplina. Você tem ou não consegue. As vezes essa disciplina esta em você, mas é o triathlon que a põe para fora, sem ele isso não ocorreria. Essa disciplina começa a ser aplicada em todos os aspectos da sua vida e isso é bom, você se torna mais produtivo. A partir de um certo momento o atleta começa a sentir que se não cuidar melhor do seu corpo não vai evoluir, e aí começa também a dar preferência a equipamentos, locais de treino e principalmente a alimentação com mais qualidade. Essas coisas vão evoluindo e uma puxando a outra constantemente. Assim seu desempenho e qualidade de vida dão um pulo de qualitativo substancial. Mas há o lado ruim da coisa.

Como todo vício - vamos admitir que o esporte nesse nível tem características de vício - o esporte de endurance isola as pessoas do convívio social. Ficamos fechado a um pequeno grupo que fala sempre das mesmas coisas (e que sempre parecem interessantes, você tá lendo isso não tá?)  frequentam os mesmos lugares e temos treinos muito longos sozinhos. Não gostamos de assistir televisão normalmente, não nos interessamos por BBB, novelas e afins e também não damos a mínima se você ganhou uma vaquinha rosa no farmville ou precisa de material de chantagem no Máfia wars (fala sério).

É preciso equilíbrio para não ter ressentimento com o esporte posteriormente. Alguns atletas levam a coisa tão a sério que as vezes cansam e vão exatamente para o outro lado da coisa. Levam a atividade física ao limite e acabam gerando mais stress ainda em suas vidas. Hoje não fui pedalar, tava chovendo. Cheguei a acordar, mas não fui. Minha cama era mais importante e ontem mesmo já havia decidido em não pedalar hoje cedo para poder sair para jantar e socializar um pouco (to aproveitando que tem uma prova longa esse fim de semana para descansar um pouco).

Resumo da coisa? Equilíbrio. Treinar bastante, trabalhar bastante, se divertir bastante e saber quando alguma coisa está em excesso. É fácil. Por que complicamos tanto a vida?

Fui... me equilibrando.... na corda bamba.

quarta-feira, 31 de março de 2010

100 x 1

Li no site da Abrale a seguinte frase, que também é o posicionamento da entidade perante a doença: "100% de esforço onde houver 1% de chance"

Frase forte. Tem aquela característica paradoxal de total comprometimento com o improvável que chega a incomodar os menos avisados. Lemos isso e muitas vezes não paramos para pensar naqueles que estão nesta situação. 

100% de dedicação aos que esperam algo próximo de um milagre. 100% de carinho a quem a vida apenas deixou 1% de possibilidade de aproveitá-la. 100% de ajuda àqueles que não conheço e que provavelmente só tenho a concepção de 1% do que estão passando nesse momento, se tanto.

Estou aqui pensando sozinho em um momento de raro tempo vago nessa vida 100% atribulada, que apenas ocorreu por um cancelamento de agenda em uma viagem de trabalho. Será que meu 1% de esforço é útil para aqueles que estou tentando ajudar? Será que terei a coragem de conhece-los um dia, já que ainda não tive coragem de pensar em passar por isso novamente? Será que esse trabalho está atingindo resultado? São várias perguntas que não tenho resposta.

Em abril o TPUC vai fazer seis meses. De uma idéia rapidamente assimilada por meus amigos, a quem  sempre darei minha gratidão, está se tornando realmente um projeto com um pouco mais de consistência, e com isso demandando mais tempo. Os apoios fechados na semana passada vão começar a exigir encontros mais frequentes para estratégias de divulgação. Isso será bom para alcançarmos um público maior e consequentemente arrecarmos mais recursos pro projeto dodói da Abrale e também divulgar as ações da entidade.

Estou certo de uma coisa, essa pequena ação que comecei pode representar apenas 1% daquilo que tenho de capacidade de trabalho. Pode ser apenas isso que tenho hoje para dedicar a essa causa, mas é muito mais que nada. E uma coisa garanto, esse 1% do meu tempo recebe 100% da minha capacidade intelectual e física. Se 1% daqueles que estão lendo este blog fizerem o mesmo, tenham certeza que faremos alguma diferença, nem que seja para apenas um paciente, mas para essa pessoa será 100% bem vinda a ajuda e o carinho que dedicamos.

Fui... 

terça-feira, 30 de março de 2010

Troféu Brasil 2010 - 1 etapa

Demorei mas vou escrever mesmo assim. Domingo foi a primeira etapa do TB 2010. Como foi? Quente demais. O tal calor que esperávamos no Internacional de Santos e que não deu as caras, resolveu se vingar no domingo.

A vantagem de fazer a distância olímpica é que largamos 5 minutos depois dos profissionais, isso quer dizer que podemos fazer o check in das bikes até as 9:00h e não até 7:45h como no amador short. Isso reflete no horário que acordo também, já que saio de São Paulo cedo para fazer a prova e voltar em seguida. Com isso consegui acordar as 5:45 e não as 4:30. Parece pouca diferença mas não é. (quem acorda as 5:45h de domingo e ainda acha isso bom? só nós viu!)

Passei pra pegar a Claudia as 6:40h e tirando um pequeno stress para estacionar o carro conseguimos fazer o check das bikes com 15minutos de sobra. Isso graças a Nilma que pegou nossos kits no dia anterior e levou na barraca da MPR.

O percurso novo é legal. A natação foi tranquila, tirando a luta inicial da primeira volta. Levei e dei bastante soco. Tinha um indivíduo nadando no meu pé (isso economiza bastante energia pra ele) que me irritou. A cada duas braçadas eu já podia esperar a mão dele no meu pé. Essa é a maneira correta de fazer isso. Como a água não é clara você vai tocando no pé do cara da frente e torcendo que ele não seja irritado. Torceu errado, lá pelas tantas bati perna bem forte e senti algo mais duro, devia ser o braço, só sei que não senti mais cócegas depois disso. (todo atleta tem um lado mal, não sou diferente) Depois disso consegui colocar um bom ritmo.

O ciclismo foi muito bom, o percurso ficou melhor na minha opinião. A corrida foi dura, tava muito calor. No final fiquei em um respeitável terceiro lugar. Não foi fácil. Os dois que chegaram na minha frente eram muito fortes. 

Após a prova a tradicional padaria e voltamos pra São Paulo. Uma das coisas mais bacanas de fazer a elite amador é o contato próximo com os profissionais. Não que sejam pessoas distantes, muitos deles treinam e convivem no mesmo meio, principalmente as meninas. Mas vê-los de perto durante a prova e reparar nos detalhes é interessante. É o mesmo percurso, e apesar da diferença de ritmo eles só largam 5min na nossa frente. Durante o ciclismo e a corrida você tem muitas oportunidades de comparar a velocidade deles com a sua. O lado ruim é que todos os seus amigos que fazem o short estão acabando a prova durante o seu ciclismo, e como a premiação é tarde demais, acabam indo embora e você não vê mais ninguém. No final talvez valha a pena acordar um pouco mais cedo e acompanhar a largada do short pra dar uma força pra turma e ver os amigos.

Começamos bem o ano e o campeonato, dia 11 long distance de caiobá.

Fui... ainda doído de domingo

sexta-feira, 26 de março de 2010

Novo apoio ao Projeto

Notícia quente. A Skarp, marca de roupas esportivas está apoiando o TPUC. Quem está presente em eventos de corrida, ciclismo e triathlon já deve conhecer a marca, que apoia grandes eventos destas modalidades.

Ontem estive no escritório deles e passei boa parte do meu horário de almoço/chuva definido junto com a Juliana como será feito o apoio.

A Skarp junto com a Santa Constância - fabricante de tecidos - irão dar apoio com material personalizado do TPUC além de trabalhar em uma maior divulgação do projeto através de suas assessorias de imprensa.

Acredito que essas parcerias deverão dar mais visibildade ao trabalho e cumprir as duas funções básicas que o TPUC tem : divulgar as ações de diagnóstico, tratamento e apoio aos pacientes com Leucemia via a Abrale e arrecadar fundos para o projeto Dodói, também da Abrale.

As pessoas que tornaram possível esta parceria, muito obrigado, especialmente a Thelma Filipovitch e Juliana Ikeda.

A parceria já começa para a primeira etapa do Troféu Brasil de Triathlon, mas o material personalizado só irá ser usado a partir do Long Distance de Caiobá.

Nos vemos em Santos domingo na barraca amarela da MPR

fui... torcendo pra não ter mais chuva