terça-feira, 27 de abril de 2010

Metas, metas e mais metas!

Vou colocar uma meta pra mim mesmo... postar pelo menos duas vezes por semana. Vai ser difícil, mas vou tentar. Muito trabalho, voltei ao ritmo normal de treino e a planilha desse mês..... tá punk. Pra complicar tem as aulas na pós. Claro que minha vida não é quase ocupada, ainda invento de voltar a ser professor temporariamente. Tá sendo divertido, mas preciso pegar leve com a turma, eles estão mais pra trote leve que treino de pista, mas vamos lá...

Hoje pela manhã ganhei uma revista Vo2 no treino de bike (valeu Paulinha), e tem uma coluna do Emerson Gomes, o chefe maior da cambada triatlética da MPR, falando de metas para seguir com ritmo bom de treino. Concordo com ele. Sem metas claras as coisas não vão pra frente. Você fica com preguiça e treina menos e pior.

Minhas metas desse ano para provas de triathlon foram decididas em dezembro. Participar de todas as etapas do Troféu Brasil (uma ticada), na distância olímpica, três meios, sendo um Caiobá (posso ticar esse), Penha - principal prova pra mim no ano, e o terceiro Pirassununga (isso se não rolar Clearwater, mas preciso da vaga antes em Penha e na minha categoria não é fácil).

Para o TPUC? Estreitar o relacionamento com a Abrale e capitalizar a divulgação proveniente dos apoiadores, tornando a exposição maior em resultado financeiro pro Projeto Dodói.

Como só tenho prova novamente em junho, a segunda etapa do Troféu Brasil em Santos, combinei com o Emerson em focarmos o desempenho no ciclismo. Explico. Sou leve (se alguém me chamar de magrelo de novo fico bravo, esse é pra Nilma rsrsrs), por isso tenho que aumentar minha potência muscular. Meu corpo ajuda na corrida, mais que isso, é fundamental para o desempenho da corrida, mas preciso de mais potência pra não perder tanto tempo no ciclismo. Minha idéia? Pedalar mais, simples né? Opinião do Emerson? Já estou com bom volume de pedal, preciso fazer mais musculação. Resultado: eu fazendo leg press e agachamento... argh, como odeio. 

A primeira fase de treino de carga na musculação foi em janeiro focando o Internacional. Já deu resultado. Agora que já me recuperei de Caiobá, vamos pra mais um mês e meio de musculação forte. Depois do Troféu Brasil de junho em Santos eu conto o resultado.

Fui.... pra cima e pra baixo com uma barra no ombro e um monte de pesos, melhor nem somar...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Coincidência ou sinal?

Algumas coisas me surpreendem. 

Antes de ir a Caiobá, passei em Curitiba para visitar o escritório de lá durante dois dias. É bom, porque aproveito e faço três coisas ao mesmo tempo. Aproveito para fazer as tarefas diárias com a Gabi, levá-la e buscá-la na escola, passear no parque e shopping (aquelas coisas rotineiras que as vezes não damos o valor devido, mas quando não as temos fazem falta demais), etc; trabalho e no fim de semana triathlon. Perfeito.

Quando chego ao escritório na quinta-feira, encontro uma funcionária que estava afastada por motivo de saúde. Eu lembrava que ela tinha tido um diagnóstico de câncer, e ela tem apenas vinte e poucos anos. Não sabia é que ela estava com linfoma e tinha acabado seu tratamento de quimioterapia e estava retornando ao trabalho naquele dia. Exatamente no dia que fui no escritório - coincidência, ou não. O pai dela também tem o mesmo tipo de câncer e está em tratamento neste momento. Foi meu funcionário por mais de dez anos e hoje está aposentado.

Começamos a falar sobre a doença e como ela encarou esse desafio, e comentei do TPUC e Abrale. Fiquei sabendo que não só ela conhecia a Abrale, como entrava todos os dias no site da entidade para pegar informações e ler os testemunhos de outros pacientes e familiares. Fiquei bastante feliz e emocionado com isso. Ela também me informou que não entrou em contato diretamente com a Abrale, mas que no momento certo irá, mas que gostaria que eu transmitisse seu agradecimento ao trabalho deles.

As coincidências são sinais? Não sei, sou um pouco cético para acreditar nessas coisas, mas quem sabe? Quando estamos abertos a ajudar e participar ativamente na defesa de uma causa parece que atraímos aquilo que precisamos para ter forças. Até agora foi isso que recebi, incentivo e colaboração, parece que o caminho está certo. 

Fui... em mais uma semana corrida

domingo, 18 de abril de 2010

Pensamentos da semana

Foi uma semana corrida. Consegui escrever apenas uma vez no blog, o resto do tempo trabalho. São vários projetos interessantes no escritório ao mesmo tempo e o meu lado atleta tá sofrendo de ciúmes com meu repentino interesse pelo trabalho. Não que eu trabalhe sem vontade normalmente, bem pelo contrário, cada vez mais gosto do que faço, mas atualmente os desafios estão exigindo um esforço intelectual além do normal e estou tendo que fazer muita pesquisa, utilizar técnicas que nunca experimentei e aprender com os erros. Tenho passado boa parte dos meus treinos "trabalhando" e isso é bom nesse momento.

Recuperação de provas longas: para quem nunca fez um meio iron vou dividir alguns sentimentos que tive. Pelo que sei, além do meu irmão que vai ter essa experiência em Penha, ontem estavam comigo no pedal a Mariana e o André, que vão fazer seu primeiro meio. Não sei como os dois estão se sentindo depois de fazer pela primeira vez 100km de bike, mas se não ficaram quebrados ontem é porque não fizeram força. Quando fiz Penha o ano passado levei uns dois meses pra me recuperar da prova. Tempo para me sentir bem novamente e treinar forte. Nesse tempo já estava quase na hora do Long Distance de Pirassununga, quando treinei muito forte. Minha maior surpresa é que quase não senti Pirassununga e em uma semana já estava bem.  Tempo em Penha: 5h11, tempo em Pira: 4:47h. Tempo em Caiobá semana passada 4:30 (o pedal nessa prova é um pouco mais curto, cerca de 10min devem ser acrescidos para comparação).  Como me recuperei de Caiobá? Tirando o resfriado que insiste em não ir embora, o resto está ótimo, a ponto de ontem ter feito o retorno do pedal (50km) em ritmo de time trial. Cheguei a fazer alguns trechos de 5km com média acima de 40km/h (o Garmim marca os parciais no modo bike a cada 5km). Foi ótimo. Tenho usado as meias de compressão da Skarp depois dos treinos longos e fazem uma boa diferença. 

Sobre provas longas: aproveite que é uma delícia. Ontem depois da bike a Mariana falou "e ainda tem que correr 21km depois disso". Na hora me pareceu um absurdo. Eu nunca correria 21km depois do pedal de ontem, não consigo nem imaginar - sem lembrar que fiz isso a apenas uma semana - de onde tiraria forças. 

Uma boa dica é aproveitar que a prova de Penha é no sábado e marcar o retorno pro domingo a tarde e sem pressa. Para aproveitar melhor a experiência, tome um bom banho após a prova, alimente-se e vá pra cama. Durma muito, relaxe o corpo que ele merece, se conseguir marque com uma massagista local para ir no hotel (a Claudia e a Paulinha fizeram isso o ano passado). E sabe pra que isso? Para estar inteiro a noite e ir tomar cerveja com os outros malucos, é muito bom. Você vai ter a melhor noite de sono em muitos anos. A linha de chegada é sua: dance, vibre, brinque com a torcida, divirta-se com as crianças gritando "joga a garrafinha tio", as meninas dos postos de hidratação que fazem festa pra quem brincar com elas. Aproveite a prova sem expectativas de tempo, mas com um planejamento flexível em mente. 

Planejamento é essencial: prepare a alimentação antes, durante e depois da prova. Sei que todo mundo sabe, mas não custa repetir, nada de coisas novas no dia da prova. teste tudo com antecedência. A roupa de natação, qual a roupa que vai pedalar e correr, tênis, etc... Coisas que aprendi: o pé incha no pedal, use um tênis pelo menos um número maior e meias finas de corrida. Pedalar com bermuda de triathlon durante 2:30h requer treino. Elas normalmente tem menos proteção que as de ciclismo, portanto prepare-se e tente fazer um treino longo com sua roupa de prova. Protetor solar na sacola de transição. Leve uma capa para a bike passar a noite na transição. Aprenda a trocar pneu da sua bike e treine isso. Se você estiver treinado, isso deve levar no máximo 5minutos e sem muito stress, mas se você não treinar, vai acabar entregando os pontos. Seja realista, o objetivo do primeiro meio é a linha de chegada. Prepare-se para chegar correndo. Coisas estranhas acontecem no corpo e na mente durante cinco horas de prova, tenha calma. Se precisar ir ao banheiro vá, há vários durante o percurso. Ficar com vontade durante o pedal ou corrida podem tirar sua concentração e atrapalhar a prova toda. Se der, aproveite a transição para ir ao banheiro, se você for um pouco mais descolado, aproveite o fim da bike. Depois da primeira vez você nunca mais vai parar numa prova pra fazer xixi. Antes que eu esqueça, bermuda e top são mais flexíveis quando se precisa ir ao banheiro, tirar um macaquinho na correria é um saco.

Última dica: vai doer, mas tudo bem, você vai sofrer em alguns trechos, sentir-se melhor em outro mas no final alguns pensamentos virão a sua mente, pelo menos na minha vieram:

Na linha de chegada:
  • WTF to fazendo aqui!
  • Nunca mais
  • Não vou fazer o Iron nem a pau
  • Que dor
10 minutos depois, sentado na área pós prova comendo bisnaguinha e batendo papo com os amigos

  • Conversas gerais sobre a natação, vento na bike e sol na corrida
  • Onde vai ser o almoço?
  • E o jantar?
  • Lanche?
  • Alguém pega mais uma mãozada de bisnaguinha pra mim por favor
A noite no jantar

  • Foi Showwwwwwwwwwwwwww!!!!!!!!!!!!!
  • Quando é o próximo????
  • Vamos fazer um treininho amanhã pra soltar???
  • Hahahahahahahahah
  • rsrsrsrsrsrsrsrsr
  • zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz


Fui... pensando em Penha, clearwater, San juan e o iron de Floripa

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Long Distance Caiobá

Ufa! Acho que agora consigo escrever. O difícil não é completar um long distance, é conciliar a vida de atleta e a vida de pessoa "normal". Mas vamos lá....

Foi ótimo. Quem foi aproveitou, quem não foi, sempre tem o ano que vem. O melhor de tudo, para mim, é que foi uma prova entre pessoas que estão de bem com a vida.

Na sexta-feira fui para Caiobá com a Gabi. Meus pais estavam por lá também com meu sobrinho Lucas. Em seguida chegaram o Felipe, que treina na MPR e está se preparando para o primeiro Iron, com sua esposa Dani. Todos muito cansados, jantamos, um pouco de conversa e cama.

No sábado fizemos um reconhecimento de Bike, eu, Felipe e o Diogo (também MPR). 30km na estrada. Antes disso nadamos por uns 30minutos na área da prova com um mar bem agitado. Almoço lá em casa, agora também com o Diogo e esposa, a Tati, a quem a Gabriela ficou apaixonada e não para de falar e a noite o jantar de massas feito pelo Andrea Toscani, nosso amigo super triatleta, que além de tudo é chef  de cozinha, junto com sua esposa Mari e a filha Valentina . Estavam também o meu irmão Alcy, o Álvaro Gusso, curitibano treinando para o primeiro Iron, e  o Renato e Rodrigo, ambos de São Paulo que treinam também na MPR, treinando para o primeiro Iron. Sou o único fora dessa turma, meu primeiro Iron, se tudo der certo, vai ser em 2011.

O Long Distance de Caiobá 2010 começou com uma chuva chata e frio. O mar não estava tão agitado quanto sábado, mas um vento de sudoeste que trouxe a chuva, forçou a organização a inverter o percurso da natação em cima da hora, já que o vento estava causando uma corrente bem forte. As duas voltas foram feitas com tranquilidade. Larguei e corri bastante para a direita pela praia por dois motivos: pegar menos corrente e também me livrar da confusão de nadar com muita gente em volta. Deu certo, consegui colocar um bom ritmo e quase não bati em ninguém até a primeira bóia. Saí bem da natação e demorei bastante na transição. Estava com dor de garganta desde sábado pela manhã e resolvi colocar manguito para pedalar. Com o braço molhado demorou uma eternidade.

Foi um dos melhores pedais que já fiz. A distância era de 84km oficialmente. Algumas pessoas mediram no cateye 80km, mas sabe-se lá quem está melhor aferido. de qualquer maneira fiz em 02:18 líquido, ou seja na saída e chegada da transição. Dica: tenha um relógio de prova com contador de voltas. O tempo oficial normalmente inclui na perna de bike as duas transições então distorce as coisas. Eu costumo marcar os parciais na entrada e saída da transição, assim sei o tempo de cada esporte e quanto levei na transição. Seja como for, minha média de velocidade foi de 36,53km/h. Gostei. É o esporte que mais tenho dificuldade, e perder menos tempo para os outros é um alívio. Ajudaram muito as rodas da Julinha, valeu o empréstimo Ju.

Importante considerar também que saí bem para a corrida (o bike fit tá funcionando). Sem dores nas costas e com gás para acelerar. Completei a meia maratona em 01:37, já com bastante calor e sol. Sofri na última volta de 7km, mas foi bom.

O melhor de tudo foi cruzar a linha de chegada com a Gabi. ela estava ansiosa e toda concentrada para o momento. Era o momento dela, como levou a sério. Passou todos os dias me perguntando como seria e cada vez que aparecia alguém novo ela pedia para eu contar nosso "segredo", que era nosso acordo dela cruzar a linha de chegada junto comigo.

Pontos altos do fim de semana:

A Gabi.
Conhecer melhor a turma que treina comigo, o Felipe, Diogo, Renato, Rodrigo e as esposas
Minha mãe assistiu a primeira prova de triathlon da vida dela, depois de três filhos triatletas. Foi uma honra. Descobri que não é só a minha mãe que se preocupa, a do Felipe pede que ele de passagem aos outros atletas.
O Alcy fez um tempo 10 minutos mais baixo que o último short que foi a pouco mais de um mês. Tá encaixando os treinos agora
Correr em casa.
Ver meu pai bem e feliz no fim de semana
Ter a casa cheia de triatletas por dois dias

Foi ótimo. Agora preciso achar alguma prova pra maio ou somente assistir o iron em Floripa. Em junho, troféu brasil novamente.

Fui... correndo (no trabalho) e treinando em ritmo de recuperação


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Long Distance Caiobá - Mais uma etapa


Domingo é dia de mais uma etapa do TPUC em 2010 - Long Distance de Caiobá. É claro que acho ótimo correr uma etapa em casa. Para quem ainda não sabe, sou de Curitiba, quer dizer, nasci em Porto Alegre mas fui criado em Curitiba. Hoje moro em São Paulo por motivos profissionais e para não deixar passar em branco, adoro essa cidade que tem me recebido muito bem.

Caiobá é onde passo o verão e estive pela última vez no ano novo, foi ótimo. Cheguei ontem em Curitiba para aproveitar e ver como estão as coisas no escritório daqui. Assim aproveito a viagem e trabalho um pouco por aqui. Hoje cedo acordei e adivinha... 13 graus, ventando de sul e muitas nuvens baixas, nada disso é bom sinal.

Vai ser um bom desafio, Se continuar esse vento o mar vai estar mexido. O sul entra de frente na praia mansa de Caiobá e ela deixa de ter esse nome. Com esse mesmo vento o retorno do ciclismo vai ser com vento contra, o que também é mais um desafio e a corrida vai ser na beira mar, mais vento na cara.

Pela minha experiência, esse tipo de frente fria não dura tanto, espero vento fraco e mar mais calmo, mas não calor, chuva é uma possibilidade.


Mas vamos lá, é mais uma etapa e a distância dessa vez é de 112,9km, valor que farei de doação a ABRALE.

Quem quiser ajudar deverá fazer a doação no site da ABRALE,  pelo link você irá acessar o hotsite do projeto dodói. As doações podem ser de qualquer valor, ou nos valores sugeridos pelo site, ou no valor que estou sugerindo aqui no blog.

É fundamental que coloque no campo empresa o texto Triathlon por uma Causa para que possamos fazer a medição dos resultados. As doações podem ser deduzidas no seu IRPF.

Em breve os resultados da prova.

Fui.... escapando do frio

terça-feira, 6 de abril de 2010

Esporte e vício!

A coisa começou assim: ontem o Flávio publicou duas fotos dele na largada do Troféu Brasil de Triathlon onde ele aparece dando risada na largada. Não deu muito tempo o Chris comentou que era por isso que ele não conseguia pódio, onde já se viu dar risada na largada. Logo em seguida eu comentei que era necessário cara de mau para intimidar a concorrência. Primeiro comentário: isso tudo foi brincadeira entre amigos. 

Depois de nadar fui almoçar com o Flávio - nadamos os dois ao meio dia na fórmula e de vez em quando temos um tempo a mais - e comentamos sobre isso e aí a conversa foi um pouco mais séria e começamos a pensar sobre os motivos de fazermos triathlon. Ele de cara me fala que aquelas fotos demonstram exatamente o sentimento dele naquele momento, pura felicidade por estar alí fazendo o que gosta, o resto é secundário. Conversamos um pouco mais sobre isso e como algumas pessoas levam a coisa com mais seriedade que outros e assim por diante.

A noite a Ana Hidalgo, uma ótima corredora que infelizmente teve uma lesão e agora está voltando, postou (existe este verbo? postar? é primo de deletar e printar?) um comentário sobre um estudo que afirma que comer alimentos de alto valor calórico e ricos em gordura podem causar vício assim como cocaína e heroína. Em tom de brincadeira um amigo dela falou que sentia pena pelo pastel de sábado e que uma pesquisa sobre maratonistas sugere o mesmo comportamento para atletas. Eu em tom de brincadeira disse que não tinha dúvida disso mas que preferia esse caminho, a Ana achou que eu tava falando atacando, mas não estava, sorry.

Mas isso me fez pensar, o assunto ficou o dia todo na minha cabeça e terminou com a coincidência desse estudo. Por isso resolvi escrever um pouco sobre o assunto, sem nenhuma pretensão científica, mas por observação e experiência própria.

Faço triathlon para cuidar da minha saúde. Não só física, mas mental também. O stress é um mal dos nossos tempos e segundo alguns estudos que li, a depressão deverá ser a doença mais comum na humanidade em pouco tempo, se já não for. O sentimento de largar dando risada é comum em muitos atletas. Não somos profissionais do esporte, apesar de muitas vezes termos ritmo de treino parecido com eles. Estamos lá por motivos diversos, cada um tem o seu, mas algo temos em comum, uma condição física superior a média da população e felicidade por poder fazer aquilo que gostamos.

Acredito que nossas decisões afetem uma série de eventos em cadeia. por exemplo: ser triatleta exige disciplina. Você tem ou não consegue. As vezes essa disciplina esta em você, mas é o triathlon que a põe para fora, sem ele isso não ocorreria. Essa disciplina começa a ser aplicada em todos os aspectos da sua vida e isso é bom, você se torna mais produtivo. A partir de um certo momento o atleta começa a sentir que se não cuidar melhor do seu corpo não vai evoluir, e aí começa também a dar preferência a equipamentos, locais de treino e principalmente a alimentação com mais qualidade. Essas coisas vão evoluindo e uma puxando a outra constantemente. Assim seu desempenho e qualidade de vida dão um pulo de qualitativo substancial. Mas há o lado ruim da coisa.

Como todo vício - vamos admitir que o esporte nesse nível tem características de vício - o esporte de endurance isola as pessoas do convívio social. Ficamos fechado a um pequeno grupo que fala sempre das mesmas coisas (e que sempre parecem interessantes, você tá lendo isso não tá?)  frequentam os mesmos lugares e temos treinos muito longos sozinhos. Não gostamos de assistir televisão normalmente, não nos interessamos por BBB, novelas e afins e também não damos a mínima se você ganhou uma vaquinha rosa no farmville ou precisa de material de chantagem no Máfia wars (fala sério).

É preciso equilíbrio para não ter ressentimento com o esporte posteriormente. Alguns atletas levam a coisa tão a sério que as vezes cansam e vão exatamente para o outro lado da coisa. Levam a atividade física ao limite e acabam gerando mais stress ainda em suas vidas. Hoje não fui pedalar, tava chovendo. Cheguei a acordar, mas não fui. Minha cama era mais importante e ontem mesmo já havia decidido em não pedalar hoje cedo para poder sair para jantar e socializar um pouco (to aproveitando que tem uma prova longa esse fim de semana para descansar um pouco).

Resumo da coisa? Equilíbrio. Treinar bastante, trabalhar bastante, se divertir bastante e saber quando alguma coisa está em excesso. É fácil. Por que complicamos tanto a vida?

Fui... me equilibrando.... na corda bamba.