segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Tudo acaba em corrida!

Ao contrário da ilha da fantasia que comanda o Brasil e finaliza tudo com pizza. Aquela comida engordurada, cheia de queijo e outras coisas pouco saudáveis que nós adoramos e só comemos muito de vez em quando. No Brasil real e saudável nós encerramos o ano da maneira que sabemos - correndo.


No sábado fui fazer os 6km da Corpore Light the night - Abrale. Não costumo fazer provas só de corrida. Não sei nem como me aquecer pra isso. Mas como estava lá para aproveitar o clima da festa, uma corridinha de 6km seria muito bem vinda. A única adaptação que fiz na minha agenda foi trocar o horário da corrida de sábado. Ao invés de fazer os 60km de bike seguidos de uma corrida de 6km, fiz a bike pela manhã e a corrida a noite. Grande programa. Ainda mais que entre um treino e outro fizemos um churrasco na minha casa para comemorar o fim de ano, onde os triatletas mostraram que além de treinar forte, sabem cozinhar, cuidar de filhos, beber algo mais que suco, falar de assuntos que não são: treino, bicicletas, tênis de corrida, suplementos, lesões, fisioterapeutas, médicos, monitores cardíacos, GPS, cataye e ainda, cair de skate.

Muito boa corrida. 10% do valor das inscrições foi doado a ABRALE, grande gesto. Organização impecável. Já tinha ouvido falar das provas da Corpore e do cuidado com que são feitas. Esse ano ia fazer a meia maratona, mas por questões de agenda não rolou. Os pequenos detalhes nas provas é que fazem a diferença. São coisas discretas. Facilidade para estacionar pois tem gente orientando, rapidez para pegar o número, água disponível na hora certa e gelada, lanche pós prova, guarda volume, etc.

Encontrei a Cris e o pessoal da Abrale que foram caminhando os 6km. Apesar de não serem corredores, encararam o percurso que tinha uma pequena subida no retorno. Quando cruzei com eles por volta do quilômetro 5, fizeram a maior festa do outro lado da rua. Aliás, a corrida toda foi uma festa. Papai noel barrigudo correndo, crianças de várias idades, um grupo de corredores que fez o percurso de costas!? Vai entender.

Agora entrarei em um período de off season. Adoro este termo. Férias mesmo. Descansar o corpo. Vou pra praia. Natal e ano novo com minha filha Gabi, não vejo a hora. Decidi que nem vou levar a bicicleta, amanhã cedo vai ser o último pedal do ano. Ela também vai tirar férias. A prancha de surf vai e já começou a fazer piadinhas com as bikes. Meus brinquedos são bastante competitivos entre eles. É lógico que os tênis de corrida vão comigo, assim como os óculos de natação. Afinal, nadar por 30 ou 40 minutos no mar, e uma corridinha no fim de tarde não são qualificados como treino e sim como antidepressivo.

Bom natal a todos!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Obrigado! Que venha 2010


Essa semana recebi o resultado de nossa campanha de última hora. Chamo de última hora porque como as melhores coisas esportivas da minha vida, ela aconteceu da noite pro dia. Foi assim com o Caminho de Santiago de Compostela, que decidi fazer em maio de 2000 e em agosto já estava pedalando, os jogos mundiais da natureza, que fui representar o Brasil velejando em 1996 e recebi o convite um mês antes. Também aconteceu com o treino para o ironman, que decidi da noite pro dia, exatamente na madrugada de insônia de 14 de agosto de 2008.

A campanha do Triathlon por uma Causa não podia ser diferente. Resultado disso? R$ 1.130,70.

Pra quem acha que é pouco - não estou nesse grupo - tente fazer uma ação entre amigos, perto do natal, e saia convencendo as pessoas a ajudar. Não é fácil. Mais um motivo para me surpreender e agradecer do fundo do coração.

Mandei quatro emails, para um mailing de 70 endereços, e obtivemos esse resultado. Sensacional.

Para 2010 iremos organizar a coisa e tentar incluir o motivo principal disso tudo, que é conscientizar as pessoas sobre os problemas, formas de tratamento e soluções possiveis para essas doenças. A equipe da Abrale está bastante motivada. A Cristina, responsável pelos contatos corporativos esteve almoçando comigo na semana passada e já estamos planejando algumas ações.

No sábado a noite tem a corrida da Corpore Light the night na USP e 10% da renda das inscrições serão revertidos para a Abrale. Que bom que não estou sozinho, e ter uma entidade como a Corpore apoiando a mesma causa reafirma minha opção. Estarei lá, a convite da Abrale. Ainda não sei se irei correr, estou em fim de temporada e realmente cansado, além de que preciso recuperar meu dedo do pé de maneira correta. Hoje optei em não treinar pela manhã para descansar um pouco mais. Mudei meu treino para o fim da tarde. Ao invés de pedalar na USP as 5:30 da manhã vou fazer uma aula de spining na academia as 19:00. Uma troca justa já que o que perderei em não pedalar na rua será compensado pelas horas de sono que perdi ontem quando meu voo ficou sobrevoando congonhas por uma hora e só consegui chegar em casa após a meia noite.

Só eu mesmo pra acreditar que não irei correr. Vale o suspense.


Esse é o kit que o projeto dodói fornece para as crianças. Obrigado!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dever cumprido?

Ontem foi a última competição do ano. Sensação de dever cumprido? Pode ser, mas ainda não acabou e não sei se irá acabar. Eu me envolvo nos meus compromissos. A relevância da causa que decidi abraçar é grande. O pensamento vai e volta durante uma prova.

Quando fiz o Ironman 70.3 em Penha- SC, em agosto deste ano, a presença do meu irmão foi importante. É motivador contar com pessoas conhecidas incentivando durante uma prova de triathlon. Sei que por outro lado, o fato dele ter voltado a treinar foi decorrência disso. Uma troca justa. A energia que vai para um lado, volta pro outro. Prometi que faria junto com ele o primeiro triathlon após a volta aos treinos. Foi ontem e como incentivo corri o último km ao seu lado - ele vinha forte no final.

Tinha vários motivos para não cumprir com essa agenda. Estava machucado. Minha grande companheira de treinos e provas não poderia ir por motivos de saúde. Viajar 1000km de carro em dois dias me parecia bem mais fácil com companhia que sozinho. A festa de confraternização da empresa na sexta a noite. O ritmo de trabalho no fim de ano não estava me dando muito tempo pra treinar nem pensar em provas.

Mas e o projeto do Triathlon por uma causa? Onde ficaria? E o compromisso com meu irmão? E aí vem a energia novamente. Acho que tudo que mandei para um lado voltou pra mim. Acordei as 5:30 no sábado e antes das 6:30 já estava na estrada. Novamente fora da cama as 5:30 no domingo, pois a largada da prova era as 7:30, prova, almoço, descanso, as 15:30 estrada e cheguei em casa as 21:30. De onde veio a energia pra isso? Eu não sei, mas tenho uma idéia bem clara. Dever cumprido? Em parte. Acho que dei um grande passo para incentivar as pessoas a pensar sobre um assunto duro e árduo. Dá pra fazer mais? Claro que sim. Vou fazer mais? Sem dúvida.

Obrigado a todos que colaboraram e aqueles que apoiaram de alguma maneira. A energia de vocês foi fundamental.

Depois conto como foi o triathlon de caiobá, meu melhor tempo em um olímpico, 2:15h.

Abraço

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Última etapa da campanha em 2009

Domingo está chegando e com ele o Triathlon olímpico de caiobá. Felizmente meu dedo já está bem melhor. Não é mais preto nem roxo, mas um azul escuro em alguns lugares. Ontem já consegui nadar e hoje fiz spining na academia, não quis arriscar pedalar na USP. Mesmo porque a bicicleta de contra relógio está na revisão e teria que pedalar com a de estrada que rasgou um pneu e teria que trocar ontem a meia noite quando cheguei do escritório. Trabalho demais. Em todos os sentindos.

A vida de triatleta amador é curiosa e cheia de culpas, como escreveu a Claudia em seu blog, vale a pena ler aqui o post de 4 de dezembro. De vez em quando dar uma relaxada e torcer por uma chuva de madrugada pra não ter o treino de bike as 5:30 da manhã, e poder dormir sem a sensação de estar matando treino é maravilhoso. Mas não precisava aquela chuva toda que detonou com São Paulo inteira. Juro que não torci por isso, foi só coincidência.

Mas hoje é dia de comunicar oficialmente que farei a prova de caiobá. O Triathlon Olímpico tem as distâncias de 1,5 km de natação; 40km de ciclismo e 10km de corrida. Com isso estou doando o valor de R$51,50 centavos ao projeto dodói da Abrale.

Obrigado àqueles que ja colaboraram nas últimas duas etapas e agradeço antecipadamente por esta última. Os resultados tem sido ótimos.

Clique aqui para doar e não esqueça de colocar a frase TRIATHLON POR UMA CAUSA no campo EMPRESA na ficha de doação.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tudo errado e acabou dando certo! Será que vai rolar caiobá?

Deu tudo errado para mim na última etapa do Troféu Brasil de Triathlon em Santos. Fui para Curitiba na quinta-feira e só voltei no sábado a tarde. Com isso minha preparação normal foi pro espaço. Normalmente o dia anterior a prova é de descanso. Sem caminhar muito, hidratando bastante, alimentação controlada, etc.

Meu sábado não foi de pré-prova. Comecei as 8:00h com um exame ergoespirométrico em Curitiba, junto com meu irmão. Esse assunto merece um post inteiro essa semana, então falarei outra hora. Após isso, feijoada na casa do meu outro irmão (somos quatro, ainda não citei um), o Marcelo. Pense bem, feijoada um dia antes da prova! Após isso avião, pegar o carro em Guarulhos, engarrafamento na marginal por causa das obras nas pontes e chego em casa. Aí preciso preparar tudo pro dia seguinte, pois tenho que sair as cinco da manhã pra dar tempo de chegar bem a Santos.

Cheguei a essa etapa em terceiro lugar na categoria 40-44 anos, neste campeonato que tem seis etapas. Como já tinha usado um dos descartes a que tenho direito, precisava fazer uma boa prova pra manter minha colocação ou tentar algo melhor. A estratégia para provas curtas é muito bem definida - Força na natação; torcer o cabo na bike e ir pra morte na corrida... era isso que tinha que fazer.

O mar tava enorme. Não acho ruim. Como sempre gostei de surfar, as ondas não me intimidam. Muita gente fica desorientada com mar grande, mas não achei ruim. Cheguei a primeira bóia entre os primeiros e na segunda também, não sei porque fiquei um pouco pra trás depois da segunda bóia, mas até aí tudo bem. Num dado momento fui pegar um jacaré para ir mais rápido e achei que estava fundo. O que aconteceu? Dei um chute enorme na areia. Achei que tinha quebrado o dedo do pé na hora. Que dor! Pensei comigo, deixa de frescura e vai em frente. Como não tinha opção mesmo continuei nadando.

Na transição para a bike o dedo doía mais, e começava a inchar bastante. Pulei na bicicleta, saí pedalando e não conseguia fazer a puxada com o pé esquerdo. Quando ia pedalar pra cima com esse pé, a dor era enorme. No fim da etapa do cicliesmo, tirei o pé da sapatilha e ainda pedalando comecei a ver o estrago... era grande. No lugar do meu dedão do pé esquerdo tinha uma massa roxa e preta que lembrava vagamente um dedo.

Novamente na transição e fui colocar os tênis de corrida. Não entrava. Tive que soltar os elásticos, sentar no chão - pense bem, sentar no chão numa transição de prova curta - e colocar o pé bem devagar. Ao sair da transição tentei correr por duas vezes, mas não conseguia. Como a barraca da MPR fica logo na saída, o pessoal de apoio da equipe já veio me perguntar o que estava acontecendo. Em seguida chegou um staff da prova de bicicleta e falou que me acompanharia pela corrida. Isso me deu a segurança que faltava. Só pensava que não podia abandonar a prova. E aí ficava a dúvida. Se o dedo estiver mesmo quebrado, isso pode comprometer a prova de caiobá na próxima semana ou mesmo me impedir de correr. Por outro lado se não estiver, é só uma questão de aguentar a dor por um tempo.

Comecei a correr devagar. Justamente no esporte que tenho mais facilidade, estava indo bem devagar. Com o tempo fui aquecendo, a corrida foi soltando, aprendendo como compensar a passada para doer menos e quando vi já estava num ritmo bom. Fiz o retorno e comecei a entrar num ritmo mais próximo do que faço em treinos longos. Assim quando vi já estava quase na chegada. Normalmente faria a corrida de 5km para 19 minutos, acabei fazendo para quase 23, mas tudo bem. Fiquei em sétimo na etapa e acabei o campeonato em segundo lugar.

Durante toda a corrida lembrei do meu compromisso com o Triathlon Por Uma Causa. Que não poderia abandonar a prova por um simples dedo quebrado ou não. Novamente a sensação de completar essa prova foi especial. Superar as dificuldades, improvisar, fazer um pacto com o corpo e pedir sua ajuda durante um tempo são essenciais nesse momento. Uma prova de triathlon exige concentração e você aprende a conhecer seu corpo de uma maneira muito íntima.

Deu tudo errado, mas no final, com um pouco de esforço, muita determinação, e uma inspiração enorme no projeto da Abrale, consegui ir muito além do que imaginava nesse final de campeonato. E só pra constar, o dedo não estava quebrado, mais alguns dias e acho que já volto a correr. Caiobá ainda é uma dúvida, mas acho que vai dar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Lance Armstrong

É praticamente impossível falar de superação e esporte sem mencionar uma pessoa que, para mim, é um dos maiores símbolos vivos da vitória. Não só da vitória atlética, mas da luta para viver.

Vou fazer um pequeno resumos da biografia de Lance Armstrong para os que não conhecem a história ainda. São alguns trechos em tradução livre retirados do site oficial do atleta.

Lance começou como triatleta com 13 anos de idade e aos 16 já era profissional. No seu último ano de colegial treinou com o US cycling developmental team em Colorado, EUA. Isso selou a sua mudança do triathlon para o ciclismo.

Em 1996, após já ter vencido vários eventos profissionais de ciclismo, foi o atleta número um do ranking mundial de ciclismo, competindo no time olímpico norte americano em Atlanta. E após isso assinou contrato com o time de ciclismo profissional francês Cofidis Racing Team.

No que poderia ser chamado de auge de sua carreira, Lance foi forçado a abandonar a bicicleta com fortes dores. Testes revelaram um estado avançado de câncer testicular que havia já se espalhado para pulmões e cérebro. Apesar de que suas chances de recuperação fossem menores que 50%, um assustado porém determinado Lance Armstrong, iniciou uma forma agressiva de tratamento quimioterápico. Com o conselho de especialistas, ele fez um tratamento que tivesse a menor capacidade possível de perda de capacidade pulmonar como efeito colateral. A quimioterapia começou a surtir efeito e seus pensamentos gradativamente foram voltando a seu retorno ao ciclismo.

Nesse mesmo período Lance iniciou sua fundação de apoio a pacientes com câncer, a Lance Armstrong Foudation - LAF, veja o site aqui , que tem uma atuação muito grande na comunidade norte americana e que a pouco tempo se tornou global.

Em 1999, Após ter curado o câncer, Lance Armstrong ganhou seu primeiro, de sete títulos no Tour de France, o mais importante evento de ciclismo mundial. (desculpas para quem gosta do Giro d'Itália)

Após esse período Lance aposentou-se e dedicou cada vez mais tempo a sua fundação. O principal objetivo da Livestrong é unir as pessoas pela luta contra o câncer.

Em setembro de 2008 Lance voltou ao ciclismo, e correu o Tour de France de 2009. O objetivo maior de seu retorno foi criar consciência da luta pelo câncer mundialmente, em eventos paralelos que acompanham sua passagem em cada competição de ciclismo mundial.

Lance Armstrong é uma inspiração para muitos, para outros nem tanto. Muitos criticam sua personalidade e sempre existe aqueles que o acusam de dopping, apesar de ter sido um dos atletas mais testados contra drogas no ciclismo internacional e nunca ter sido condenado por isso. Ter personalidade forte e muitas vezes ser entendido como arrogante é comum em atletas de ponta, já que a exigência neste nível é muito alta.

Para mim, Lance Armstrong é uma inspiração e sua história comprova a força do ser humano.

Livestrong

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Espantando o bode

Após uma prova longa como o Long Distance de Pirassununga, é inevitável um pouco de preguiça na semana seguinte. Acho até que é meio natural isso acontecer, o corpo pede um pouco de atenção, assim como a geladeira da casa e vazio da despensa.

Mas passada a semana pós prova, parece que o bode sumiu de vez. O lugar que ele mais ficou alojado, até onde sei, foi o sofá da sala da Thelma, minha amiga super triatleta que replicou o email da campanha do Triathlon por uma causa no seu blog. Tive a honra de, por durante uma semana pelo menos, conseguir treinar no mesmo ritmo que ela. Mas toda a alegria dura pouco e hoje foi o dia de voltar a realidade. Fizemos um contra relógio de 15km. Não é pra se matar -  o Emerson, nosso técnico, sempre fala isso - mas acho que ele está dizendo pra ninguém cair e não pra fazer num ritmo suportável. Quando passei por ela mais ou menos no km 7, achei que eu tava pedalando forte, só pra perceber o sorriso de satisfação dela quando me passou no km 10 e nunca mais vi a Biachi. A Bianchi?! Ela não tava de bike de contra relógio, a Cervelo ficou em casa. Assim não dá.

Esse fim de temporada tem sido especial. No fim de semana tem o Troféu Brasil e eu adoro nadar no mar. E na semana seguinte o olímpico de caiobá, que é a prova que estou mais esperando esse ano. Não só por ser a última, mas por fazer com o meu irmão que tá voltando ao Triathlon (ele fez um comentário no post de ontem de arrepiar). Mas confesso que se não tivesse começado esse trabalho com a ABRALE não estaria tão animado assim. A energia da Regina, Cristina e Fábio foi muito boa. Me deu um ânimo maior para treinar. Ontem tive oportunidade de ver os kits que são entregues as crianças, e são maravilhosos. São coisas simples na concepção mas de muita qualidade. Digo simples, porque tem a linguagem das crianças, e assim que deve ser. São realmente especiais, vale a pena colocar meu esforço para motivar outros a fazer o mesmo. O bode vai ter que andar por outros lugares nessas duas semanas.

blog da Thelma

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Por que não?

Tenho vários motivos para fazer o que estou fazendo e apenas um para não fazer. Assim como outros atletas amadores, gasto boa parte do meu dia envolvido com meu esporte. Costumo brincar que o triathlon é hoje pra mim aquilo que faço entre dormir e trabalhar - e muitas vezes trabalho durante os treinos.

É um privilégio. Conviver com pessoas de hábitos saudáveis, que dividem a mesma paixão pelo esporte e fazem os mesmos malabarismos necessários para conseguir unir trabalho, vida pessoal e esporte numa só pessoa. É definitivamente uma experiência sem igual. É uma jornada! E é aí que reside a oportunidade de ajudar àqueles que tem sua própria jornada. Um pouco diferente da nossa, imposta pela vida na forma de uma doença debilitante e muitas vezes fatal.

Recebi a pouco tempo, no meu aniversário, um exemplar do livro "50 maratonas em 50 dias" de Dean Karnazes. Meu exemplar é especial, ganhei de aniversário de uma grande amiga, a Cláudia, que além de tudo teve o trabalho de pedir ao próprio Dean que autografasse o livro com um feliz aniversário... sem preço, obrigado Cláudia e Roger. Vocês tem sido ótimos.

Nesse livro Dean comenta de sites específicos nos Estados Unidos onde você pode dedicar provas de corridas para alguma causa. Esses sites arrecadam o dinheiro e enviam diretamente a instituição que você escolher, sensacional. E aí vem o único motivo para não fazer igual, que é o primeiro passo. É lógico que num país fraco institucionalmente como o nosso, tais sites teriam sua credibilidade questionada quase que imediatamente. Não era esse o caminho.

No meu caso o primeiro passo foi procurar uma instituição de apoio a pacientes com Leucemia. Não tinha dúvida alguma que esta deveria ser a causa eleita. A ABRALE - Associação brasileira de linfoma e leucemia foi recomendada através de indicações de amigos e alguns cruzamentos de referências entre pessoas conhecidas. São ótimos, estive hoje lá conhecendo pessoalmente a estrutura deles. O que mais me impressionou são os olhares. Calmos, decididos, atenciosos, pessoas que sabem que o que fazem importa e faz a diferença para alguém. Deve ser um trabalho emocionalmente envolvente, mas pelos olhares, muito satisfatório.

E foi assim, da noite pro dia que o Triathlon por uma Causa nasceu. Faço uma doação de 1 real para cada quilômetro percorrido em uma prova de triathlon. A primeira experiência foi em Pirassunuga, no long distance da Cia de eventos, prova tradicional e extremamente dura. Foi um sucesso. Conseguimos arrecadar fundos para comprar alguns kits do projeto dodói da Abrale. Valeu a pena. Foi uma prova especial, tive uma satisfação diferente ao completá-la.

Espero que minha ação venha inspirar outras pessoas.

Alguns links interessantes:
http://www.abrale.org.br/
http://www.abrale.org.br/docs/dodoi_geral.html

Marcos Vilas Bôas