terça-feira, 17 de agosto de 2010

TPUC 2010 - 4 etapa - Troféu Brasil de Triatlon e Ironman 70.3 Brasil

Olá a todos,

O calendário desse ano que parecia que iria ser super corrido está sendo calmo até agora. Até agora, pois o segundo semestre promete. Teremos esse fim de semana aqui em São Paulo a terceira etapa do Troféu Brasil de Triathlon.

Muitos podem ter esquecido do projeto ou outros nem conhecem. Vou explicar então rapidamente. Em todas as competições que participo, colaboro com uma doação financeira para uma entidade de combate a Leucemia e linfoma chamada Abrale - Associação brasileira de leucemia e linfoma. O valor da doação é correspondente a distância em quilômetros que irei percorrer. Então de acordo com a prova que estou participando o valor é maior ou menor.

Incentivo meus amigos, parceiros de treinos e seguidores do Blog a tentar participar junto comigo nessa jornada. Como? É fácil. É só entrar no site da Abrale e fazer a doação diretamente para eles. Nada passa por minhas mãos e se houver necessidade, fiquem a vontade para entrar em contato direto com a instituição, é um local muito bacana, como tive oportunidade de descrever em um post anterior onde conto o porque deste projeto, é só clicar aqui .

Na próxima semana, dia 28 e agosto irei participar do  Ironman Brasil 70.3 em Penha - SC . Então estou juntando duas etapas em uma só e pedindo a participação especial de todos.

Hoje uma amiga me perguntou se eu acredito em enviar energia para as pessoas. Claro que sim. Que tal esse post sobre a energia que vai e volta? Sugiro enviarmos uma grande vibração para todos que estão sendo afetados por essa doença nesse momento, com nossos pensamentos, esforços e toda a energia que dispomos .

Os valores que irei doar são :
Troféu Brasil - distância Olímpica - 1,5 natação; 40km bike; 10km corrida,  R$ 51,50
Ironman 70.3 - 1,9 natação; 90km bike; 21km corrida, R$ 112,90

Lembro que cada um pode doar o valor que quiser, podendo ser superior ou inferior, fica a critério pessoal. Importante é doar e não esquecer de colocar no CAMPO EMPRESA O TEXTO : TRATHLON POR UMA CAUSA.

Boa semana a todos

Fui... começando a reduzir o ritmo para chegar bem em Penha


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Longo Inverno


Olá, estou de volta. Depois de um longo inverno em Curitiba (4 dias) consegui colocar a casa e treinos em ordem.

Treinar no frio requer alguma disposição e roupas adequadas. Vou usar aqui a frase que todos nós ouvimos sempre nos treinos da madrugada na USP: não existe ciclista com frio, existe ciclista mau vestido. E não estou falando de ciclistas que não seguem a moda, pois todo ciclista faz questão de colocar todas as cores disponíveis do seu guarda roupa ao mesmo tempo. Não sei se isso acontece porque ainda estamos dormindo quando nos vestindo, e o tico e teco ainda não conseguiram pegar no tranco. Ou se não damos bola pra isso mesmo. Como sempre tento facilitar minha vida, reduzo minhas cores para: preto, branco, vermelho e amarelo. Então vou de monocromático a espanhol passando por rubro negro, mas nada mais que isso, é uma solução.

Mas o que quero falar mesmo é sobre como vestir-se pra não passar frio - e calor - no dia frio.

Ciclismo: camadas, não tem solução. Eu gosto de colocar uma camiseta de manga curta e duas camadas de corta vento, um mais grosso e outro mais leve. Se acho que não vai fazer tanto frio assim e talvez esquentar durante o treino, prefiro colocar só um corta vento e manguitos junto com a camiseta. Em qualquer caso uma boa calça é necessária. Prefiro as de corrida, de preferência com compressão. Coloco uma bermuda de ciclismo por baixo para evitar que as costuras machuquem e estou pronto para 100km em qualquer lugar. Uma coisa boa das roupas de ciclismo em camadas é que você pode ir tirando durante o treino e guardar nos bolsos da camada de baixo. Até a calça, já que você está com a bermuda por baixo. Um gorro na cabeça para aqueles que não tem mais cabelos, ou somente uma faixa para os que ainda tem vai muito bem. Proteger as orelhas é básico. Alguns usam lenços. Tudo bem, mas mantenha a regra de poucas cores por favor. Em cima da sapatilha pode ser usado uma bota que protege do frio. É um dos ítens mais úteis e baratos. A diferença de correr depois de pedalar sem usar a proteção da sapatilha é brutal. Você leva alguns km para sentir novamente os dedos se não usar. Mais importante de tudo no ciclismo, toda roupa tem que ser justa. Por favor, não vai pedalar com aquelas jaquetas de passear em shopping center que viram um paraquedas e tem gorrinho, tenha dó.

Corrida: aqui a coisa é mais delicada, mas também mais simples. Ao contrário do ciclismo, na corrida você vai passar calor. Se estiver muito frio (por volta de 6 graus como treinei em Curitiba semana passada) use uma calça, a mesma que usou pra pedalar, afinal ela é feita pra corrida. Em cima uma camiseta de manga longa de corrida e talvez uma jaqueta ou blusa de corrida. Acontece que você vai esquentar e provavelmente vai precisar tirar alguma coisa. Uma opção é fazer o aquecimento (correr uns 15 a 20 min leve) perto do carro e depois sair pra correr. Gorro ou boné (prefiro o boné) e um par de luvas de corrida funcionam muito bem. É incrível, você pode até se sentir meio ridículo, mas para a corrida no frio as luvas são ótimas, assim como algo para cobrir as orelhas.

Em qualquer dos casos você vai sentir um pouco de frio no começo, é normal, assim saberá que não irá passar calor depois.

Bons treinos

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Badwater 2010 - parte 2

Segunda parte do relato da Maria Ritah sobre a Badwater Marathon.

"Em Las Vegas, o calor sufocante começou a me dar medo. Dois dias depois fomos para o deserto local da prova. No caminho comecei a vislumbrar o que poderia ser minha aventura naquele deserto, comecei a me questionar.  – Será que quero mesmo passar por isto? Tanta prova linda, boa e mais barata pra eu fazer.

No dia do Congresso Técnico meu questionamento aumentou.  Observava atentamente os ultramaratonistas como se eu estivesse num experimento científico. Em Funece Crew, o calor aumentava, o vento quente ardia meus olhos garganta e feria meu nariz. Até pra respirar era complicado numa temperatura de 55 graus. Nem a noite aliviava a sensação de falta de ar.

A caminho do local da largada. A paisagem  do lugar era meio sinistra de tão cinza, sem cor, mas nem por isso encantadora. Estávamos abaixo do nível do mar. Ouvi um colega dizer que aquilo tudo era o mar que secou, na área batida e misturada com sal víamos a sequidão do lugar.

Depois de fotos e registros, a emoção da corrida começou. Nos primeiros 30km  o atleta obrigatoriamente deve correr sozinho e sua equipe dar assistência em banho e água, sob pena de punição caso seja pego correndo com o atleta.

Este começo foi um dos momentos mais emocionantes, porque pude assistir de camarote a correria, a paisagem, a corrida sob forte condição climática. Estes quilômetros parecem que não acabam nunca e nesta parte da corrida começo a digerir o que seja Badwater.

Monica corria bem a despeito de ser uma ultramaratonista com histórico de câncer e diabete. Minha preocupação era com sua hidratação e controle da glicemia que estava a cargo de um outro integrante da equipe. A noite, o cansaço e o sono eram uma luta constante. Mesmo eu que era pacer, sempre me beliscava para não apagar enquanto estava na direção do carro. Correr e andar por 55hs seguidas não era tão fácil quanto parecia. Além da dor muscular devido as subidas que não eram íngremes, mas que eram muito longas. 
Por volta do meio dia, sob sol forte, chegamos num lugarejo para abastecer o carro de gelo e água. Qualquer lugar do deserto que tenha um ponto de conveniência é importante. Era necessário abastecer com água e gelo nos poucos  pontos de abastecimento no deserto, por esta razão o carro estava cheio de cooler e alimento.

Na corrida, ora  eu estava a dirigir o carro de apoio, ora estava correndo observando a paisagem que em nada mudava da sua cor cinza, mas quando eu via o rosto dos atletas correndo, a dor e o sufoco para suportar o calor, mais e mais admirava aquela raça de atletas da qual eu queria fazer parte.

Minha experiência na Badwater me diz que devo treinar mais e mais forte. Que devo ter dinheiro suficiente pra fazer esta prova e pra isso terei que trabalhar dobrado, vender tudo que puder de imóveis e fzer uma reserva antecipada,  um plano logístico perfeito para me atrever a fazer Badwater.

A experiência valeu. Ao ver Mônica chegar aos 55hs no MT. Whitney, chorei de alegria. Literalmente saímos do inferno e entramos no paraíso em volta de montanhas cujos picos são brancos como a neve. É um contraste que só podemos dizer que ali um arquiteto muito habilidoso desenhou a estrada do deserto e seu local de chegada que , para quem correu tudo isto, é um verdadeiro paraíso.

Ou seja, saí do deserto, mais motivada do entrei. Em 2011, com a benção de Deus, estarei lá para correr Badwater Ultramarathon. Quanto tempo? Pra mim é o que menos importa, quero mesmo completar o percurso, vencer a distância e contar mais uma história de corrida.  "