quarta-feira, 28 de julho de 2010

Badwater 2010 - 1 parte

 O bacana da internet é ter a oportunidade de conhecer pessoas que tem afinidades e paixões parecidas com você. As vezes penso que nunca teria oportunidade de conhecer essas pessoas especiais não fosse pelos blogs e redes sociais. Através do Facebook conheci a Maria Ritah, de Manaus, e fui acompanhando seus posts. Recentemente ela colocou algumas fotos sobre a Ultramaratona de Badwater. Mandei uma mensagem para ela e pedi se poderia contar essa história aqui no blog. Ela prontamente atendeu e ainda mandou umas fotos muito bacanas. Abaixo a primeira parte da aventura. De repente fazer um ironman não me parece mais tão difícil.... será?

"Badwater 2010 - por Maria Ritah


Comecei a correr ultramaratona em 2008. Minha grande estréia na distância foi na África do Sul, a Comrades Marathon, prova de 89km. A experiência de correr longa distância fez de mim uma apaixonada pelo esporte mesmo não tendo qualquer talento e começando na modalidade aos 36 anos. De repente me vi praticante e, acredite, atleta.
A primeira vez que ouvi falar de Badwater, foi por meio do meu amigo Gentil Alves que também pensava em correr a prova, e me dizia que para isso teria que correr a BR 135, prova classificatória para seleção da Badwater Ultramarathon.
 Badwater é a prova “mãe” do circuito BAD 135. Ela existe há 33 anos e deu origem a Arrowhead (prova no gelo) em Minessota/USA, Brazil 135 (prova nas montanhas) aqui no Brasil e agora também a Europe 135 na Alemanha e futuramente a Bolivia entrará no circuito. São 135 milhas (217 Km) que o atleta acompanhado de um carro e no mínimo 2 pessoas, e terá que percorrer a distância em até 60 horas ininterruptas numa estrada de asfalto que atravessa o tão temido Deserto de Mojave, na California. A largada acontece em Badwater a 85m abaixo do nível do mar, e a chegada no MT. Whitney a 2.530m de elevação.  O maior o desafio não é correr as 135 milhas, nem tampouco a altimetria da prova assusta, mas sim vencer o calor que mesmo a noite continua muito quente variando entre 50 e 60º positivos.

Comecei então a buscar mais informação sobre a prova considerada a mais difícil do mundo por conta do clima quente, seco e deserto. As histórias do calor não chegavam a me assustar uma vez que moro em um lugar quente, mas que não é seco. O que me fascinava nos relatos é o poder de superação do atleta ao ter que atravessar o deserto suportando um calor de 55 graus e sem qualquer apoio logístico da organização.
Mais obstinada, me inscrevi na BR 135 em 2009 para correr os 217km e conseguir classificação. Sem ter treinado mais de 100km corri pela primeira a BR e me dei mal. Uma lesão na panturilha no meio do percurso e desisti no km 162. Triste por isso, decidi esquecer ultramaratona em 2009 e passei a treinar para correr somente a New Yok City Marathon, em novembro do mesmo ano. Não queria mais saber de longa distância.
Setembro chegou, comecei a pensar de novo em Badwater e resolvi tentar de novo correr a BR 135 de 2010. Meu pobre currículo de ultramaratona daquele ano foi recusado pela organização da prova, só me restou dividir o percurso de 217km. Em dupla, fiz a distancia em 37hs, mas sempre pensando na Bad.
Este ano, a ultramaratonista  Monica Otero, 54, saiu na lista na relação dos aceitos pela organização.  Monica foi a primeira mulher da América do Sul a completar a distância de 135 milhas em 2007 e este ano a idéia dela era tentar diminuir o tempo de provaDiabética tipo 2, é sobrevivente de um câncer. Mesmo com saúde sob cuidados médicos ela prova que a força de vontade e determinação pode mudar o curso da história de qualquer um.

 Escrevi um email pra ela pedindo que me deixasse ser sua pacer. Eu pagaria minhas despesas de viagem até Las Vegas e ela arcaria com a hospedagem e alimentação. Monica foi muito gentil em aceitar minha proposta, e no dia seguinte comprei minhas passagens Manaus-Las Vegas-Manaus. Com muito gosto, passei também a treinar pra prova porque queria estar apta para ajudá-la e incentivá-la na corrida."

segunda-feira, 26 de julho de 2010

As próximas semanas serão críticas

Treinos são dividos em períodos. Esses períodos são definidos com base em objetivos. Meus objetivos coincidem com as competições que participo.

Tenho que chegar na minha melhor forma no fim de Agosto para o Ironman 70.3 em Penha - SC.

Para isso tenho feito alguns treinos de ciclismo na estrada dos Romeiros entre a Castelo Branco e Itú - SP para aumentar minha força no pedal.

Esse fim de semana tive a companhia do Marcos Pereira, que já é figura marcada nesses treinos e do Daniel Blois, novo parceiro de treinos da MPR e que vai começar a aparecer com mais frequência por aqui. Explico: assim como eu,ele vai encarar o desafio do Ironman Brasil 2011 pela primeira vez. teremos oportunidade então de nos encontrar bastante.

Romeiros é um treino sensacional. Um dos que me dá maior prazer. É difícil, desafiador e bonito. É uma oportunidade de testar sua força de vontade. As subidas intermináveis, trechos que parecem planos na ida e na volta se mostram como subidas bem leves (o suficiente para reduzir absurdamente a média de velocidade) e ultimamente o vento contra na volta.

O único ponto que dá tristesa é ver o Rio Tietê tão detonado em uma paisagem deslumbrante. Em qualquer lugar essa estrada seria um ponto turístico importante. Por aqui, com excessão das Romarias - que para nós é um inferno - a estrada é frequentada por ciclistas e motociclistas.

É um local que vale a pena conhecer, principalmente o trecho entre a Castelo Branco,saindo do km 48 e Pirapora do Bom Jesus. Outro trecho interessante é entre Cabreúva e Itu chamado de Estrada Parque.

Nos vemos por lá.

Na foto tirada pelo Daniel encaro uma das subidas

Fui... pedalando

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Atletas tem que ser exemplo de conduta para crianças?


Vou tentar responder, não é fácil. Você acha que um atleta tem obrigação de ser um exemplo de conduta para crianças? A minha resposta imediata é não. O exemplo de conduta primordial para uma criança são os pais e depois a escola. Os atletas não tem nenhuma obrigação de dar bom exemplo as crianças, não é função deles. Certo? 

Pois vamos ver... atletas hoje tomaram uma condição de pessoas públicas. Aparecem na mídia permanentemente, capitalizam com essa exposição e acabam tornando-se marcas comerciais. Como toda marca, essa deverá ser cuidada para que a percepção do público com relação a ela seja a mais próxima possível da imagem idealizada pelo anunciante. 

Gosto muito do profissionalismo de alguns atletas. Ao mesmo tempo que fazem aquilo que sabem fazer, são atenciosos com seus fãs, educados, sabem se expressar e tratam seus companheiros com educação e respeito. Não é possível vencer todos os dias, portanto é necessário saber perder e respeitar o perdedor.

Sempre me impressiona aqueles exemplos que tem maior contraste. Um exemplo, Bob Burnquist. O skate é para adolescentes, tem um ar rebelde, as vezes até de contravenção. Bob é um dos maiores expoentes desse esporte. Alguém já viu alguma entrevista dele? É um cara bacana, calmo, ama o que faz, diverte-se, ao mesmo tempo é muito articulado e educado. Por trás daquela imagem de skatista rebelde temos um atleta profissional que não só é admirado por seus fãs como por seus colegas de competição. 

Outros exemplos de bons garotos? Rogério Ceni, Cafu, Kaká...

Semana de contrastes: todos viram o que ocorreu com o Contador e o Schleck no Tour de France essa semana. Pra quem não viu vou tentar resumir. No ciclismo há uma regra não escrita que se você está em pelotão, pedalando juntos e um dos atletas tem um problema bobo, tal como uma corrente escapar ou um tombo sem consequencia, os outros ciclistas esperam por ele. Isso mesmo em competição. É uma daquelas coisas de fair play que também acontecem no ciclismo. Pois bem, o Contador não respeitou isso e atacou uma montanha quando o Schleck deixou sua corrente escapar, passando assim para primeiro lugar no tour.

Não tenho condições de julgar o que ele fez, me falta conhecimento sobre provas de ciclismo para tal. O que consegui enxergar foi que tanto o público quanto os outros atletas não gostaram dessa atitude. Contador foi vaiado ao subir ao pódio para receber a camisa amarela, e ficou com um sorriso amarelo (desculpa o trocadilho mas não aguentei). Não há um juiz no tour para dar uma penalização de tempo para esse caso, mas todas as câmeras de televisão mostraram para o mundo inteiro o que aconteceu e para piorar a situação, Contador deu uma desculpa mentirosa, dizendo que não viu o problema do outro ciclista, mas as imagens mostram que ele, além de tudo é mentiroso para se defender. Qual será o prejuízo para sua imagem? Só o tempo dirá. Na imprensa especializada e na comunidade de atletas a reação inicial não foi boa. 

Finalizando o texto mas não encerrando o assunto, acredito que todas as figuras públicas devem ter um comportamento adequado. A partir do momento que você decide se expor, seja pela natureza de seu trabalho ou esporte, ou qualquer motivação, deverá ser coerente com a imagem que quer passar e o público que irá atingir. Infelizmente hoje vemos inúmeros casos de comportamentos baixos de atletas. Desde a falta de espírito esportivo, comportamentos inadequados em público, crimes e até morte. No Brasil a coisa é ruim. Poucos atletas tem preparo para entender sua responsabilidade e quando temos o maior líder do país defendendo a mentira e desrespeito as leis repetidamente a coisa fica complicada. 

Mas vamos lá, podemos fazer alguma diferença no nosso meio não podemos? É isso que tento por aqui.

Na foto Andy Schleck.

Fui... pensando

terça-feira, 13 de julho de 2010

Triathlon de casa nova.

A partir de agora terei mais um canal para dividir as experiências sobre triathlon e treinamentos.

Confiram o site aventura.com.br que terá uma coluna semanal sobre triathlon.

O primeiro site de aventura do Brasil está mudando para ser uma comunidade de aventureiros, um ponto de encontro de paixões pelo esporte, aventura e sustentabilidade.

Fui... treinando pra Penha, foco total.